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Izalci Lucas aponta inconsistências em documentos apresentados à CPMI do INSS

© Foto / Geraldo Magela / Agência SenadoSenador Izalci Lucas (PL-DF) durante pronunciamento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, em Brasília (DF), em 25 de setembro de 2025
Senador Izalci Lucas (PL-DF) durante pronunciamento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, em Brasília (DF), em 25 de setembro de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 25.09.2025
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Durante intervalo da sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, nesta quinta-feira (25), o senador Izalci Lucas (PL-DF) comentou os desdobramentos do depoimento de Antônio Carlos Camilo Antunes — o "Careca do INSS" —, um dos investigados no esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões.
O parlamentar levantou dúvidas sobre a veracidade dos documentos apresentados e a efetiva prestação dos serviços que teriam sido cobrados. Segundo Izalci, há divergências entre os depoimentos colhidos pela comissão.

"Em função do que o Rubens [Oliveira Costa] e o Milton [Salvador de Almeida Junior] falaram [respectivamente economista e técnico em contabilidade, acusados de envolvimento no esquema], o que eles disseram é que só emitiam a nota por ordem do Antunes, do Careca. Eu perguntei sobre os comprovantes e eles diziam que não tinham, [que] quem comandava era o Antunes, o Careca", pontuou o senador.

Antunes, por sua vez, alegou, durante o depoimento, possuir vasta documentação que comprovaria os serviços prestados. "Então o Antunes agora disse que não, que tem mais de 18 milhões de páginas de comprovação do serviço que ele prestou para essas associações", relatou Izalci, demonstrando ceticismo quanto à autenticidade e à validade dos documentos.

"O fato de ter o comprovante simplesmente não quer dizer que prestou o serviço. Pode ter sido emitido o documento sem o acordo lá do aposentado. É o que deve acontecer", disparou.

O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, presta depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) envolvendo descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas, em Brasília (DF), em 25 de setembro de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 25.09.2025
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Para o senador, a situação exige uma análise minuciosa dos documentos, especialmente à luz dos depoimentos dos aposentados.

"A alegação que a gente tem dos aposentados [é] que eles nem sabiam que tinha desconto, muito menos prestação de serviço. […] Difícil, porque, se os aposentados nem sabiam que havia desconto, como é que eles recebiam o serviço? Então acho que não foram atendidos", avaliou.

Outro ponto destacado por Izalci foi o crescimento abrupto no número de associados em determinadas instituições.

"Tem instituições, por exemplo, […] que não tinham nenhum filiado, não tinham nenhum associado em 2019, 2021, e em 2023 aparecem com 350 mil associados cobrando essas taxas todas."

O senador também mencionou o envolvimento de outros investigados, como Maurício Calizotti, preso por suspeitas de participação no esquema envolvendo associações como a Ambec. Segundo Izalci, o montante desviado pode ultrapassar a casa dos bilhões.

"De fato foram bilhões, não chegou nem a milhão. Bilhões de reais que foram arrecadados dessas associações sem autorização e repassados para essas empresas, que, pelo dito aqui, têm os comprovantes."

Izalci criticou a tentativa de sustentar as acusações apenas por meio de registros documentais.

"Hoje você produz muito documento, então, por exemplo, ele diz que toda nota fiscal emitida, e foram milhões e milhões emitidas, que ele tem os comprovantes do atendimento. Então tem que checar se esses comprovantes de fato comprovam", reforçou.

Questionado sobre uma inação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso, o senador rebateu a tentativa de politização.

"Isso é uma narrativa do PT. Na prática, os peritos levaram ao presidente a questão do seguro-defeso e dos aposentados orais. Não se falou em desconto assistencial."

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