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Cinco momentos que o Ocidente abalou a paz na América Latina
Cinco momentos que o Ocidente abalou a paz na América Latina
Sputnik Brasil
A escalada das hostilidades norte-americanas contra a Venezuela segue crescendo dia após dia. No entanto, nem as agressões à Caracas nem intervenções na... 30.10.2025, Sputnik Brasil
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A Sputnik Brasil listou outros cinco momentos nos dois últimos séculos, além do histórico recente de impasses contra a Venezuela, em que governos do Ocidente interferiram de alguma forma na soberania de nações da América Latina e mudaram o rumo das coisas.1 - Apoio à Ditadura Militar no BrasilDurante a Guerra Fria (1947-1991), os Estados Unidos adotaram uma política de "contenção" do comunismo, o que levou a um apoio explícito a regimes militares autoritários que promovessem uma agenda anticomunista, mesmo que violassem direitos humanos. Foi assim no Golpe de Estado no Brasil (1964), onde os EUA forneceram apoio logístico, financeiro e político para derrubar o então presidente João Goulart, visto como uma ameaça à estabilidade regional sob a ótica estadunidense, o suficiente para o estabelecimento de uma ditadura militar.O padrão de intervenção se repetiu em outros golpes militares no Cone Sul, como no Chile (1973) e na Argentina (1976). 2 - Operação CondorEm 1975, governos das ditaduras de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai se reuniram em Santiago. O objetivo do encontro era, entre outros, elaborar uma campanha de repressão política e assassinatos de opositores. A intentona contava com apoio dos EUA. A CIA, por exemplo, chegou a fornecer treinamento, inteligência e até apoio financeiro para essas operações, que resultaram em milhares de mortes e desaparecimentos de vítimas.Os EUA também elaboraram a Doutrina de Segurança Nacional (DSN), durante a Guerra Fria, para combater a "ameaça comunista". O modelo foi difundido nos países do Cone Sul, que passaram a lançar mão do uso da força de modo indiscriminado, sob o pretexto de defender a nação.3 - Invasão do Panamá No início do século XX, os Estados Unidos prometeram apoiar a independência do Panamá da Colômbia em troca do controle sobre o seu canal, que, futuramente, passaria para as autoridades locais. Em uma análise feita outrora à Sputnik Brasil, Bete Herrera, jornalista e professora panamenha, disse que o Tratado Hay-Bunau-Varilla "deu para os Estados Unidos o direito à perpetuidade de estar no Panamá, em um território onde os panamenhos não tinham o direito de entrar."Assim sendo, em 1989, os Estados Unidos invadiram o Panamá, na então chamada Operação Just Cause, para derrubar o então presidente Antonio Noriega. Para justificar a ação, os norte-americanos usaram argumentos já bastante conhecidos: destacaram Noriega como ditador e balizaram a ação militar como uma operação para trazer novamente democracia ao país latino-americano e garantir a segurança do Canal do Panamá. Na realidade, a invasão estava ligada a interesses geopolíticos e econômicos, como a manutenção do controle do Canal do Panamá. O saldo, entretanto, foi de centenas de mortes e gerou forte oposição internacional.4 - Guerras às drogasA guerra às drogas foi oficialmente declarada ainda pelo presidente Richard Nixon em 1971, ao descrever o uso e o tráfico de drogas como "inimigo público número um" dos EUA. Mas foi a partir dos anos 1980, especialmente sob Ronald Reagan e George H. W. Bush, que a estratégia passou a ter forte dimensão externa, focando na América Latina como principal origem das drogas mais consumidas nos EUA.Desde a institucionalização da medida, foram financiadas forças de combate e repressão ao tráfico de drogas, como a Administração de Repressão às Drogas (DEA, na sigla em inglês), além de intervenções diretas ou indiretas em diversos países da América Latina. Talvez as repressões na Colômbia tenham sido as mais latentes, com o Plano Colômbia (1999–2000) sendo posto em prática. A iniciativa de cooperação militar e econômica dos EUA com a Colômbia tinha como principal objetivo combater o narcotráfico e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). A política ostensiva de reprimenda aos narcóticos não ficou para trás na política norte-americana. Dois grandes exemplos evidenciam que a medida permanece viva: as hostilidades dos Estados Unidos contra a Colômbia e a insistência do governo de Donald Trump em classificar grupos ou facções criminosas como organizações terroristas, o que permitiria envolvimento direto das forças estadunidenses nos territórios onde os eventuais grupos estão instalados. 5 - Guerra das MalvinasA Guerra das Malvinas travada em 1982 entre a Argentina e o Reino Unido é resultado de uma disputa histórica entre os dois lados pelo arquipélago no Atlântico Sul e mostra, mais uma vez, a intromissão do Ocidente. À época, a Argentina ocupou o território em uma operação militar e esperava que o Reino Unido não reagisse à sua reivindicação de soberania. Entretanto, o país europeu enviou tropas e iniciou um conflito que matou centenas de pessoas. A guerra balançou o regime vigente na Argentina e movimentou o país pela queda da sua ditadura militar. Mas, em relação ao território ultramarino, a derrota permaneceu e as Malvinas seguem sob o controle britânico.
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Cinco momentos que o Ocidente abalou a paz na América Latina
18:44 30.10.2025 (atualizado: 19:28 30.10.2025) Redação
Equipe da Sputnik Brasil
A escalada das hostilidades norte-americanas contra a Venezuela segue crescendo dia após dia. No entanto, nem as agressões à Caracas nem intervenções na política latino-americana sob a justificativa de combate ao tráfico de drogas são novidades nas relações entre os Estados Unidos e países da região.
A Sputnik Brasil listou outros cinco momentos nos dois últimos séculos, além do histórico recente de impasses contra a Venezuela, em que governos do Ocidente interferiram de alguma forma na
soberania de nações da América Latina e mudaram o rumo das coisas.
1 - Apoio à Ditadura Militar no Brasil
Durante a Guerra Fria (1947-1991), os Estados Unidos adotaram uma política de "contenção" do comunismo, o que levou a um apoio explícito a regimes militares autoritários que promovessem uma agenda anticomunista, mesmo que violassem direitos humanos.
Foi assim no Golpe de Estado no Brasil (1964), onde os EUA forneceram apoio logístico, financeiro e político para derrubar o então presidente João Goulart, visto como uma ameaça à estabilidade regional sob a ótica estadunidense, o suficiente para o estabelecimento de uma ditadura militar.
O padrão de intervenção se repetiu em outros golpes militares no Cone Sul, como no Chile (1973) e na Argentina (1976).
Em 1975, governos das ditaduras de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai se reuniram em Santiago. O objetivo do encontro era, entre outros, elaborar uma campanha de repressão política e assassinatos de opositores.
A intentona contava com apoio dos EUA. A CIA, por exemplo, chegou a fornecer treinamento, inteligência e até apoio financeiro para essas operações, que resultaram em milhares de mortes e
desaparecimentos de vítimas.
Os EUA também elaboraram a Doutrina de Segurança Nacional (DSN), durante a Guerra Fria, para combater a "ameaça comunista". O modelo foi difundido nos países do Cone Sul, que passaram a lançar mão do uso da força de modo indiscriminado, sob o pretexto de defender a nação.
No início do século XX, os Estados Unidos prometeram apoiar a independência do Panamá da Colômbia em troca do controle sobre o seu canal, que, futuramente, passaria para as autoridades locais. Em uma
análise feita outrora à Sputnik Brasil,
Bete Herrera, jornalista e professora panamenha, disse que o
Tratado Hay-Bunau-Varilla "deu para os Estados Unidos o direito à perpetuidade de estar no Panamá, em um território onde os panamenhos não tinham o direito de entrar."
Assim sendo, em 1989, os Estados Unidos invadiram o Panamá, na então chamada Operação Just Cause, para derrubar o então presidente Antonio Noriega. Para justificar a ação, os norte-americanos usaram argumentos já bastante conhecidos: destacaram Noriega como ditador e balizaram a ação militar como uma operação para trazer novamente democracia ao país latino-americano e garantir a segurança do Canal do Panamá.
Na realidade,
a invasão estava ligada a interesses geopolíticos e econômicos, como a manutenção do controle do
Canal do Panamá. O saldo, entretanto, foi de centenas de mortes e gerou forte oposição internacional.
A guerra às drogas foi oficialmente declarada ainda pelo presidente Richard Nixon em 1971, ao descrever o uso e o tráfico de drogas como "inimigo público número um" dos EUA. Mas foi a partir dos anos 1980, especialmente sob Ronald Reagan e George H. W. Bush, que a estratégia passou a ter forte dimensão externa, focando na América Latina como principal origem das drogas mais consumidas nos EUA.
Desde a institucionalização da medida, foram financiadas forças de combate e repressão ao tráfico de drogas, como a Administração de Repressão às Drogas (DEA, na sigla em inglês), além de intervenções diretas ou indiretas em diversos países da América Latina.
Talvez as repressões na Colômbia tenham sido as mais latentes, com o
Plano Colômbia (1999–2000) sendo posto em prática. A iniciativa de cooperação militar e econômica dos EUA com a Colômbia tinha como principal objetivo
combater o narcotráfico e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
A política ostensiva de reprimenda aos narcóticos não ficou para trás na política norte-americana. Dois grandes exemplos evidenciam que a medida permanece viva: as hostilidades dos Estados Unidos contra a Colômbia e a insistência do governo de Donald Trump em classificar grupos ou facções criminosas como organizações terroristas, o que permitiria envolvimento direto das forças estadunidenses nos territórios onde os eventuais grupos estão instalados.
A
Guerra das Malvinas travada em
1982 entre a
Argentina e o
Reino Unido é resultado de uma disputa histórica entre os dois lados pelo arquipélago no Atlântico Sul e mostra, mais uma vez, a
intromissão do Ocidente.
À época, a Argentina ocupou o território em uma operação militar e esperava que o Reino Unido não reagisse à sua reivindicação de soberania. Entretanto, o país europeu enviou tropas e
iniciou um conflito que matou centenas de pessoas.
A guerra balançou o regime vigente na Argentina e movimentou o país pela queda da sua ditadura militar. Mas, em relação ao território ultramarino, a derrota permaneceu e as Malvinas seguem sob o controle britânico.
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