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Lula cobra integração regional e cita 'ameaça de uso da força militar' na América Latina

© AP Photo / Eraldo PeresO presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva dá entrevista coletiva em sua residência oficial, Palácio da Alvorada, em Brasília, Brasil, 22 de julho de 2024
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva dá entrevista coletiva em sua residência oficial, Palácio da Alvorada, em Brasília, Brasil, 22 de julho de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 09.11.2025
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Durante a quarta cúpula birregional entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia, que acontece neste domingo (9) na Colômbia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso incisivo em defesa do multilateralismo, da integração regional e da paz.
Durante a fala, Lula criticou a fragmentação política da América Latina, alertou para os riscos do extremismo e destacou o papel do Brasil na cooperação internacional contra o crime e na preservação ambiental.

"Quero saudar o trabalho da Colômbia e da União Europeia pela realização desta cúpula e expressar minhas condolências às vítimas das tempestades que atingiram o Caribe e o estado do Paraná", afirmou.

Na sequência, o presidente lamentou o enfraquecimento do projeto de integração latino-americana e o que chamou de "balcanização" da região. Segundo Lula, a América Latina voltou a se mostrar dividida e excessivamente dependente de interesses externos.
"A intolerância ganha força e vem impedindo que diferentes pontos de vista possam se sentar à mesma mesa. Voltamos a conviver com as ameaças do extremismo político, da manipulação da informação e do crime organizado", afirmou.
Lula também criticou o esvaziamento das cúpulas regionais, que, segundo ele, se tornaram "rituais vazios" e sem efetividade prática.
Lula propõe ação global e nova governança climática na véspera da COP30 - Sputnik Brasil, 1920, 06.11.2025
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Lula propõe ação global e nova governança climática na véspera da COP30

Combate ao crime organizado

Ao comentar o cenário internacional, o presidente destacou que a América Latina deve permanecer como uma região de paz, defendendo a legalidade internacional como pilar da democracia. "Democracias não combatem o crime violando o direito internacional", declarou.
Lula afirmou que o enfrentamento ao crime organizado exige cooperação entre os países. Sobre isso, o presidente brasileiro citou o Comando Tripartite da Tríplice Fronteira, renovado com Argentina e Paraguai, e o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, inaugurado em Manaus, que reúne agentes de nove países sul-americanos para combater crimes financeiros, tráfico de drogas, armas e pessoas.
O presidente também dedicou parte do discurso à COP30, que acontece em Belém, ressaltando a importância da Amazônia e das florestas tropicais para o futuro do planeta.
"A COP30 é uma oportunidade para mostrar que conservar as florestas é cuidar do futuro", disse Lula, destacando o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre como solução inovadora para valorizar a preservação ambiental.
Lula defendeu a transição energética como "inevitável" e afirmou que a América Latina tem potencial para se tornar uma fonte segura e confiável de energia limpa, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis.
Cartaz pendurado em trator diz Paris, estamos chegando, enquanto agricultores se preparam para bloquear rodovia perto de Ableiges, ao norte de Paris. França, 26 de janeiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 14.10.2025
Panorama internacional
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Acordo Mercosul-União Europeia e nova ordem econômica

Na parte econômica, o presidente ressaltou a necessidade de fortalecer laços comerciais com a Europa e reforçou a expectativa de conclusão do acordo Mercosul-União Europeia durante a próxima cúpula do bloco sul-americano, em dezembro.
"Espero que os dois blocos possam finalmente dizer sim para o comércio internacional baseado em regras como resposta ao unilateralismo", afirmou Lula, projetando a criação de um mercado de 718 milhões de pessoas.
O presidente também defendeu que novas cadeias produtivas regionais revertam o papel da América Latina como mera fornecedora de matérias-primas, abrindo caminho para maior valor agregado e geração de empregos.
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