https://noticiabrasil.net.br/20251117/brasil-acelera-defesa-digital-em-meio-a-nova-realidade-de-computadores-quanticos-45271018.html
Brasil acelera defesa digital em meio à nova realidade de computadores quânticos
Brasil acelera defesa digital em meio à nova realidade de computadores quânticos
Sputnik Brasil
No início do mês, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) anunciou o desenvolvimento de um projeto para proteger o país contra as ameaças cada vez mais... 17.11.2025, Sputnik Brasil
2025-11-17T18:35-0300
2025-11-17T18:35-0300
2025-11-18T15:12-0300
notícias do brasil
ciência e tecnologia
defesa
brasil
estados unidos
operador nacional do sistema elétrico (ons)
sistema único de saúde (sus)
ataque cibernético
tecnologia
tecnologia da informação
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e6/01/0e/21034744_0:36:1920:1116_1920x0_80_0_0_541f648bc3632c020baac77ae9cbb6b9.jpg
Um computador quântico consegue executar em segundos uma mesma tarefa que demoraria 100 anos para ser concluída em um computador normal. Essa tecnologia, que pode acelerar ainda mais as transformações tecnológicas do mundo, estava prevista para sair do papel somente a partir de 2030, mas já é uma realidade que pode inclusive ameaçar a segurança dos dados criptografados como conhecemos hoje. É o que explica à Sputnik Brasil o professor do Ibmec e pesquisador em cibersegurança no Instituto Militar de Engenharia (IME) Guilherme Neves.Com todo esse potencial, é possível tornar inúteis as atuais senhas que protegem o acesso a todo tipo de conta e informações armazenadas no meio digital, afirma o especialista."A maioria das quebras de criptografia é feita por força bruta, que é a tentativa e o erro. Com isso, você vai tentando, gerando chaves aleatórias e testando para ver se aquela é uma senha que quebra, que vai decifrar a mensagem ou não. Então imagina que, se um computador quântico tem uma capacidade trilhões de vezes maior que a de um computador normal, é muito mais fácil ele quebrar essa criptografia."Diante desse dilema, que pode deixar cada vez menos eficazes os atuais sistemas de proteção contra ataques cibernéticos, o Brasil já iniciou um projeto, que deve ser concluído ao longo dos próximos 18 meses, através de uma parceria entre a Abin e o Centro de Competência em Cibersegurança da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), para desenvolver uma tecnologia de proteção ante a ameaça dos computadores quânticos.Quais os setores mais vulneráveis aos ataques cibernéticos?Para o especialista, esses novos ataques cibernéticos são ainda mais críticos em setores como o de energia no Brasil, já que toda a infraestrutura do país é integrada sob o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Aliado a isso, todos os demais sistemas nacionais que contam com automação, em que existem equipamentos físicos responsáveis por executar de forma digital diversas tarefas, estão em risco. Outros exemplos, conforme o pesquisador, são os aeroportos, hospitais e portos. "No setor de saúde, por exemplo, você tem os dados do SUS [Sistema Único de Saúde]. Imagina você trocar as prescrições das pessoas, o caos que isso poderia gerar. Acho que essas são áreas prioritárias, que o governo deveria proteger primeiro", diz.Brasil tem tecnologia para garantir a soberania digital?Mesmo com as dificuldades tecnológicas e os impactos gerados pela queda de 76% no financiamento público da pesquisa científica, o Brasil possui capacidade técnica para desenvolver seus próprios algoritmos pós-quânticos, que serão cruciais na garantia da segurança dos sistemas atuais de criptografia. Diante disso, o especialista lembra que "não há dependência estrangeira" para desenvolver a nova tecnologia.Tudo isso, diz o especialista em cibersegurança, tem relação com a defesa da soberania nacional, também diretamente ligada com a manutenção dos pesquisadores no Brasil, combatendo a chamada "fuga de cérebros". Porém Neves lembra que ainda há muitos entraves, como os baixos investimentos em programas de incentivo e bolsas de pesquisa pouco atrativas."Hoje, por exemplo, um doutorando recebe R$ 2.800 de bolsa, isso não dá nem dois salários mínimos. E ainda há outro entrave na legislação: se o pesquisador tiver vínculo empregatício, ele não pode receber bolsa. Então fica difícil manter o pesquisador no país. E, sem os doutores, os PHDs, essa tecnologia não sai do papel", afirma.
https://noticiabrasil.net.br/20250216/como-a-russia-e-a-china-dominam-a-corrida-global-de-computadores-quanticos-38547255.html
brasil
estados unidos
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
2025
notícias
br_BR
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
Brasil acelera defesa digital em meio à nova realidade de computadores quânticos
Sputnik Brasil
Brasil acelera defesa digital em meio à nova realidade de computadores quânticos.
2025-11-17T18:35-0300
true
PT1S
Ataques cibernéticos ameaçam setores vitais, alerta especialista
Sputnik Brasil
Ataques cibernéticos ameaçam setores vitais, alerta especialista.
2025-11-17T18:35-0300
true
PT1S
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e6/01/0e/21034744_192:0:1728:1152_1920x0_80_0_0_a81c0a99b37d25adb225d1ec9eded4df.jpgSputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
ciência e tecnologia, defesa, brasil, estados unidos, operador nacional do sistema elétrico (ons), sistema único de saúde (sus), ataque cibernético, tecnologia, tecnologia da informação, exclusiva, vídeo, soberania, soberania digital, eua
ciência e tecnologia, defesa, brasil, estados unidos, operador nacional do sistema elétrico (ons), sistema único de saúde (sus), ataque cibernético, tecnologia, tecnologia da informação, exclusiva, vídeo, soberania, soberania digital, eua
Brasil acelera defesa digital em meio à nova realidade de computadores quânticos
18:35 17.11.2025 (atualizado: 15:12 18.11.2025) Especiais
No início do mês, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) anunciou o desenvolvimento de um projeto para proteger o país contra as ameaças cada vez mais concretas ao sistema de criptografia trazidas por computadores quânticos. Especialista em cibersegurança explica à Sputnik Brasil a importância da iniciativa para a soberania digital.
Um computador quântico consegue executar em segundos uma mesma tarefa que demoraria
100 anos para ser concluída em um computador normal. Essa tecnologia, que pode acelerar ainda mais as transformações tecnológicas do mundo, estava prevista para sair do papel somente a partir de 2030, mas já é uma realidade que pode inclusive ameaçar a
segurança dos dados criptografados como conhecemos hoje. É o que explica à
Sputnik Brasil o professor do Ibmec e pesquisador em cibersegurança no Instituto Militar de Engenharia (IME)
Guilherme Neves.
Com todo esse potencial, é possível tornar inúteis as atuais senhas que protegem o acesso a todo tipo de conta e informações armazenadas no meio digital, afirma o especialista.
"A maioria das quebras de criptografia é feita por força bruta, que é a tentativa e o erro. Com isso, você vai tentando, gerando chaves aleatórias e testando para ver se aquela é uma senha que quebra, que vai decifrar a mensagem ou não. Então imagina que, se um computador quântico tem uma capacidade trilhões de vezes maior que a de um computador normal, é muito mais fácil ele quebrar essa criptografia."
Diante desse dilema, que pode deixar cada vez menos eficazes os
atuais sistemas de proteção contra ataques cibernéticos, o Brasil já iniciou um projeto, que deve ser concluído ao longo dos próximos 18 meses, através de uma parceria entre a Abin e o Centro de Competência em Cibersegurança da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), para desenvolver uma tecnologia de proteção ante a ameaça dos computadores quânticos.
"Todos os nossos certificados digitais, o e-CPF e o e-CNPJ, são baseados em criptografia. Todo o comércio eletrônico é baseado em criptografia. Todos os documentos sigilosos são baseados em criptografia. O próprio blockchain e as criptomoedas são baseadas em criptografia. Então significa que a gente não teria mais a garantia de identidade de ninguém. Esse é o grande desafio da humanidade hoje", exemplifica.
Quais os setores mais vulneráveis aos ataques cibernéticos?
Para o especialista, esses novos ataques cibernéticos são ainda mais críticos em setores como o de energia no Brasil, já que toda a infraestrutura do país é integrada sob o
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). "Se ele sofrer um ataque, é possível desligar o país, explodir uma subestação, derrubar a barragem de uma usina hidrelétrica. Então é um setor crítico que precisa ser tratado com prioridade", pontua.
Aliado a isso, todos os demais sistemas nacionais que contam com automação, em que existem equipamentos físicos responsáveis por executar de forma digital diversas tarefas, estão em risco. Outros exemplos, conforme o pesquisador, são os aeroportos, hospitais e portos. "No setor de saúde, por exemplo, você tem os dados do SUS [Sistema Único de Saúde]. Imagina você trocar as prescrições das pessoas, o caos que isso poderia gerar. Acho que essas são áreas prioritárias, que o governo deveria proteger primeiro", diz.
Brasil tem tecnologia para garantir a soberania digital?
Mesmo com as dificuldades tecnológicas e os impactos gerados pela queda de 76% no financiamento público da pesquisa científica, o Brasil possui capacidade técnica para desenvolver seus próprios
algoritmos pós-quânticos, que serão cruciais na garantia da segurança dos sistemas atuais de criptografia. Diante disso, o especialista lembra que "não há dependência estrangeira" para desenvolver a nova tecnologia.
"O cronograma foi adiantado [dos riscos causados pelos computadores quânticos], ele vinha em um ritmo pensado para ser desenvolvido depois de 2030, e agora já temos o risco imediato. Então desenvolver esse projeto é urgente. Já temos algumas ações na USP [Universidade de São Paulo]; aqui no IME estamos construindo um laboratório de computação quântica, e já tem o dinheiro reservado. Também temos implantado o primeiro link quântico do Brasil, ligando o IME ao Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas [CBPF]. Então temos algumas partes dessa infraestrutura [necessária] para que se possa testar os novos algoritmos", argumenta.
Tudo isso, diz o especialista em cibersegurança, tem relação com a defesa da soberania nacional, também diretamente ligada com a manutenção dos pesquisadores no Brasil, combatendo a chamada "fuga de cérebros". Porém Neves lembra que ainda há muitos entraves, como os baixos investimentos em programas de incentivo e bolsas de pesquisa pouco atrativas.
"Hoje, por exemplo, um doutorando recebe R$ 2.800 de bolsa, isso não dá nem dois salários mínimos. E ainda há outro entrave na legislação: se o pesquisador tiver vínculo empregatício, ele não pode receber bolsa. Então fica difícil manter o pesquisador no país. E, sem os doutores, os PHDs, essa tecnologia não sai do papel", afirma.
Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!
Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a conteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.
Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).