Haddad cogita deixar Fazenda para ajudar Lula em campanha de 2026, diz mídia

© Foto / Lula Marques / Agência Braasil.
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pretende deixar o cargo para trabalhar na campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2026, disse ele ao jornal O Globo em entrevista publicada nesta quinta-feira (11).
"Pretendo colaborar com a campanha do presidente Lula e já lhe disse que não pretendo me candidatar em 2026, mas quero contribuir pensando no programa de governo e em como estruturar sua campanha", disse ele, na entrevista.
O chefe da equipe econômica de Lula afirmou que o presidente concorda com o plano:
"A reação dele foi muito amigável. Ele falou: 'Haddad, você vai colaborar da maneira que você preferir. E qualquer decisão que você tome eu vou respeitar. Mas vamos conversar', declarou Haddad.
Executivo x Congresso
Haddad também comentou sobre os embates do Executivo com a oposição no Congresso Nacional. Segundo ele, as pautas travadas nas Casas Legislativas prejudicam a produtividade "e isso angustia o Executivo".
O ministro comentou que embora seja "natural" que o Congresso busque participar do Orçamento, ações para "engessar demais e travar a possibilidade de remanejamento" dificultam a governabilidade.
"Estamos em uma situação em que precisamos delimitar melhor as competências, encontrar um caminho para restabelecer essa divisão de poderes de forma mais clara", comentou ele.
O chefe da pasta garantiu que tem ótimo relacionamento com os presidentes das casas, Davi Alcolumbre, do Senado, e Hugo Motta, da Câmara, apesar de percalços e divergências neste segundo semestre:
"Me dou muito bem com os dois presidentes, tanto com o presidente Davi quanto com o presidente Hugo. Às vezes, você fica uma semana sem se falar, manda emissário. Vai daqui e vai dali, mas se restabelece a relação. Porque não há, definitivamente, nada ofensivo que não seja superado", disse ele.
Ele argumentou, entretanto, que há desacordos que são contraproducentes como o que envolve a nomeação do novo ministro do Supremo Tribuanl Fereral (STF).
"Divergência vai haver, mas no caso da indicação de um ministro do Supremo, é uma prerrogativa do presidente da República. O chefe do executivo faz a indicação, o Senado sabatina, aprova ou não. Não vejo como um bom caminho a gente politizar a indicação para as cortes superiores".
Pitacos no Banco Central
Haddad também comentou sobre suas declarações a respeito da taxa de juros básica da economia brasileira, Selic, definida pelo Banco Central (BC) e defendeu sua opinião é legítima:
"Quando falo que a taxa de juros está muito restritiva, estou dando uma opinião técnica com vários resultados que tenho. Isso não é nenhuma deselegância institucional, pelo contrário. Galípolo [presidente do BC] trabalhou comigo na Fazenda, foi indicado por mim para ser diretor do BC e, para dizer a verdade, chegou à presidência por iniciativa também da Fazenda. Não existe problema entre nós, do ponto de vista pessoal, institucional".
Em defesa do atual presidente, ele citou a crise do Banco Master e a das fintechs, herdadas segundo ele, da gestão do antigo presidente, Roberto Campos Neto.
"Galipolo, com toda a delicadeza e elegância, já emitiu acho que 17 medidas, botando freio no descalabro das fintechs e tudo mais".

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