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Senado altera texto da Câmara e aprova PL Antifacção com imposto sobre bets para financiar segurança

© Foto / Waldemir Barreto/Agência SenadoSenadores da oposição queriam equiparar as ações de facções ao crime de terrorismo, mas foram derrotados
Senadores da oposição queriam equiparar as ações de facções ao crime de terrorismo, mas foram derrotados - Sputnik Brasil, 1920, 11.12.2025
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O Senado aprovou por unanimidade o novo marco legal de combate ao crime organizado, o PL Antifacção, que agora retorna à Câmara após receber alterações significativas do relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE).
A proposta se aproxima mais da original enviada pelo governo Lula, abandonando a versão modificada pelo deputado Guilherme Derrite (Progressistas-SP), e endurece de maneira ampla a legislação contra facções e milícias.
O projeto amplia substancialmente as seguintes penas: integrar ou financiar esses grupos criminosos passa a resultar em condenações de 15 a 30 anos, enquanto a punição para líderes poderão chegar a 60 anos. Em casos agravados, como homicídios cometidos no contexto dessas organizações, as penas podem se acumular e alcançar até 120 anos.
Além de penas mais duras, o texto torna o cumprimento das condenações mais rigoroso. Chefes de facções e milícias deverão obrigatoriamente cumprir pena em presídios federais de segurança máxima, e o acesso à progressão de regime fica mais restrito: condenados por crimes hediondos terão de cumprir ao menos 70% da pena em regime fechado, enquanto integrantes de facções precisarão cumprir entre 75% e 85%, dependendo da gravidade da conduta, com percentuais maiores para reincidentes.
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O projeto do Senado também atualiza os instrumentos de investigação, autorizando escutas ambientais, uso de softwares especiais de monitoramento, pedidos emergenciais de dados quando houver risco à vida e interceptações telefônicas com tramitação mais rápida. O relator também reintroduziu a possibilidade de delatores atuarem como infiltrados, mecanismo que havia sido retirado pelo texto da Câmara.
Ainda em relação ao projeto da Câmara, Vieira retirou dispositivos considerados vagos ou inconstitucionais, como o tipo penal de "domínio social estruturado", criado para enquadrar facções que exercem controle territorial, mas que, segundo ele, abria margem para distorções.
Também foram excluídas medidas como o fim do auxílio-reclusão, a proibição de voto para presos provisórios e outros dispositivos que comprometiam garantias processuais. Durante a votação, houve tentativa de parte da oposição de equiparar facções e milícias ao terrorismo, sob o argumento de que suas ações provocam pânico generalizado, mas a emenda foi rejeitada. O relator defendeu que o terrorismo pressupõe motivação política, ideológica ou religiosa e que a equiparação poderia trazer consequências internacionais graves ao país.
O projeto também reforça a coordenação entre órgãos de segurança ao formalizar as Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficcos), que reunirão PF, polícias estaduais, Ministério Público, Receita Federal, Coaf, Abin e Banco Central.
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Além disso, cria um cadastro nacional de integrantes e empresas associadas a facções, que será replicado pelos estados. Para cortar o financiamento dessas organizações, o Senado aprovou a criação da Cide-Bets, uma taxa provisória de 15% sobre transferências de pessoas físicas para plataformas de apostas on-line, com arrecadação estimada em até R$ 30 bilhões por ano para o Fundo Nacional de Segurança Pública. Haverá ainda uma regra temporária de regularização para apostas não licenciadas, que pode gerar mais R$ 7 bilhões.
O texto do Senado amplia mecanismos de bloqueio de atividades econômicas usadas por organizações criminosas, facilita a perda de bens ilícitos e pune com maior rigor crimes como receptação ligada ao crime organizado e o recrutamento de crianças e adolescentes, que passa a ter pena de 5 a 30 anos. Agentes públicos que colaborarem com facções poderão perder o cargo imediatamente e se tornarão inelegíveis por oito anos.
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