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Amigo? Quatro vezes em que o Brasil foi alvo de interferência e pressão dos EUA
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A Sputnik Brasil lista o histórico dos EUA de ingerências e tentativas de influenciar o cenário interno brasileiro. 25.12.2025, Sputnik Brasil
2025-12-25T15:30-0300
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O ano de 2025 foi marcado por uma guinada significativa na política externa dos Estados Unidos, que gerou uma série de ações diretas e pressões sobre o Brasil.Motivado por divergências geopolíticas, a gestão do presidente estadunidense, Donald Trump, impôs altas tarifas ao Brasil, aplicou sanções da Lei Magnitsky contra membros do Judiciário brasileiro, revogou vistos de autoridades do governo e proferiu uma série de ataques e ameaças em postagens nas redes sociais.A ação foi considerada o ataque mais direto de Washington ao Brasil nos últimos tempos, mas não foi a primeira vez que Washington interferiu no cenário interno brasileiro. A Sputnik Brasil lista cinco exemplos de interferência direta e indireta norte-americana no Brasil ao longo da história.Governo Vargas e Segunda Guerra Mundial (1930-1945)Durante o governo Vargas o avanço da Segunda Guerra Mundial dividiu o mundo em dois polos: as potências do Eixo, compostas por Alemanha, Itália e Japão; e as potências Aliadas, compostas pelos Estados Unidos, Reino Unido, União Soviética e China.Inicialmente, Vargas adotou a política de equidistância pragmática, mantendo um bom relacionamento com países de ambos os lados, no intuito de obter vantagens econômicas, mesmo com simpatias em alas do governo Vargas e nas Forças Armadas pelos ideais do Eixo.Porém, Washington pressionou o Brasil a se alinhar aos Aliados por meio de influência política e militar. Uma das táticas usadas foi condicionar o financiamento para a construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) ao apoio a seu lado.Foi nesse período que os Estados Unidos instalaram bases militares no nordeste, sendo a base aérea de Natal, em Parnamirim, a mais estratégica durante a Segunda Guerra por ser o ponto mais próximo do continente com a África. Ela se tornou um ponto logístico essencial para os Aliados e recebeu o apelido de "trampolim da vitória".Golpe militar (1964)No período da Guerra Fria os EUA passaram a ver o Brasil como peça-chave para conter o avanço do comunismo na América Latina. Nesse período houve interferência intensa de Washington no Brasil, apoiando governos, grupos anticomunistas e a imprensa, por vezes com financiamento indireto. A ascensão de João Goulart (1961-1964) à presidência da República foi vista como ameaça por conta das reformas de base que propunha e da aproximação com sindicatos.A mais famosa e bem documentada interferência norte-americana no Brasil nesse período foi o apoio ao golpe de 1964. Com respaldo da operação Brother Sam, um plano secreto estadunidense para fornecer apoio logístico militar, Goulart foi deposto e foi instaurado um regime militar no país, que obteve o reconhecimento imediato dos EUA.Durante a ditadura, Washington continuou fornecendo treinamento militar, apoio bélico, financeiro e de inteligência ao Brasil, além de apoiar práticas repressivas contra dissidentes.Onda neoliberal (1985-2002)Com o fim da ditadura e a redemocratização do Brasil, a Casa Branca passou a influenciar o país indiretamente de forma econômica e institucional. Entre os meios usados estão o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que fornecia empréstimos que tinham como contrapartidas reformas estruturais no país que interessavam aos EUA.O período de maior influência ocorreu durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, com pressão por privatizações, abertura de mercados e redução do papel do Estado.Espionagem da NSA contra Dilma Rousseff (2013)Durante os governos Lula e Dilma Rousseff (2003-2016), o Brasil buscou uma agenda internacional mais independente e calcada em parcerias com países do Sul Global e integração regional sul-americana. Em 2003, uma política externa ativa e altiva, traçada por Celso Amorim, foi instaurada visando promover o Brasil como player global relevante e liderança do Sul Global.Em 2006, o Brasil fundou junto com Rússia, China e Índia o grupo BRIC, que teve sua primeira cúpula em Ecaterimburgo, na Rússia. A reunião foi considerada o início oficial do grupo, que em 2011 passou a incluir a África do Sul, que se tornou a letra "S" do BRICS.A movimentação do Brasil despertou tensão nos Estados Unidos, como ficou revelado em 2013 ao vir à tona a espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) contra o governo Dilma, exposta pelo ex-funcionário da agência Edward Snowden e publicada no Wikileaks, plataforma criada por Julian Assange dedicada a divulgar informações confidenciais vazadas de governos e empresas.A investigação do caso expôs que o celular de Dilma estava entre os aparelhos de líderes monitorados. Os documentos vazados também mostraram que a Petrobras e ministérios do governo brasileiro foram espionados pela agência de segurança norte-americana.
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brasil, rússia, américas, getúlio vargas, joão goulart, donald trump, washington, china, sputnik brasil, agência nacional de segurança (nsa), união soviética, lei magnitsky, android, eua, lista
Amigo? Quatro vezes em que o Brasil foi alvo de interferência e pressão dos EUA
Redação
Equipe da Sputnik Brasil
A Sputnik Brasil lista o histórico dos EUA de ingerências e tentativas de influenciar o cenário interno brasileiro.
O ano de 2025 foi marcado por uma guinada significativa na política externa dos Estados Unidos, que gerou uma série de ações diretas e pressões sobre o Brasil.
Motivado por divergências geopolíticas, a gestão do presidente estadunidense, Donald Trump,
impôs altas tarifas ao Brasil, aplicou sanções da Lei Magnitsky contra membros do Judiciário brasileiro, revogou vistos de autoridades do governo e proferiu uma série de ataques e ameaças em postagens nas redes sociais.
A ação foi considerada o ataque mais direto de Washington ao Brasil nos últimos tempos, mas não foi a primeira vez que Washington interferiu no cenário interno brasileiro. A Sputnik Brasil lista cinco exemplos de interferência direta e indireta norte-americana no Brasil ao longo da história.
Governo Vargas e Segunda Guerra Mundial (1930-1945)
Durante o governo Vargas o avanço da Segunda Guerra Mundial dividiu o mundo em dois polos: as potências do Eixo, compostas por Alemanha, Itália e Japão; e as potências Aliadas, compostas pelos Estados Unidos, Reino Unido, União Soviética e China.
Inicialmente, Vargas adotou a política de equidistância pragmática, mantendo um bom relacionamento com países de ambos os lados, no intuito de obter vantagens econômicas, mesmo com simpatias em alas do governo Vargas e nas Forças Armadas pelos ideais do Eixo.
Porém, Washington pressionou o Brasil a se alinhar aos Aliados por meio de influência política e militar. Uma das táticas usadas foi condicionar o financiamento para a construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) ao apoio a seu lado.
Foi nesse período que os Estados Unidos instalaram bases militares no nordeste, sendo a base aérea de Natal, em Parnamirim, a mais estratégica durante a Segunda Guerra por ser o ponto mais próximo do continente com a África. Ela se tornou um ponto logístico essencial para os Aliados e recebeu o apelido de "trampolim da vitória".
No período da Guerra Fria os EUA passaram a ver o Brasil como peça-chave para conter o avanço do comunismo na América Latina. Nesse período houve interferência intensa de Washington no Brasil, apoiando governos, grupos anticomunistas e a imprensa, por vezes com financiamento indireto. A ascensão de João Goulart (1961-1964) à presidência da República foi vista como ameaça por conta das reformas de base que propunha e da aproximação com sindicatos.
A mais famosa e bem documentada interferência norte-americana no Brasil nesse período foi o apoio ao golpe de 1964. Com respaldo da operação Brother Sam, um plano secreto estadunidense para fornecer apoio logístico militar, Goulart foi deposto e foi instaurado um regime militar no país, que obteve o reconhecimento imediato dos EUA.
Durante a ditadura, Washington continuou fornecendo treinamento militar, apoio bélico, financeiro e de inteligência ao Brasil, além de apoiar práticas repressivas contra dissidentes.
Onda neoliberal (1985-2002)
Com o fim da ditadura e a redemocratização do Brasil, a Casa Branca passou a influenciar o país indiretamente de forma econômica e institucional. Entre os meios usados estão o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que fornecia empréstimos que tinham como contrapartidas reformas estruturais no país que interessavam aos EUA.
O período de maior influência ocorreu durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, com pressão por privatizações, abertura de mercados e redução do papel do Estado.
Espionagem da NSA contra Dilma Rousseff (2013)
Durante os governos Lula e Dilma Rousseff (2003-2016), o Brasil buscou uma agenda internacional mais independente e calcada em parcerias com países do Sul Global e integração regional sul-americana. Em 2003, uma política externa ativa e altiva, traçada por Celso Amorim, foi instaurada visando promover o Brasil como player global relevante e liderança do Sul Global.
Em 2006, o Brasil fundou junto com Rússia, China e Índia o grupo BRIC, que teve sua primeira cúpula em Ecaterimburgo, na Rússia. A reunião foi considerada o
início oficial do grupo, que em 2011 passou a incluir a África do Sul, que se tornou a letra "S" do BRICS.
A movimentação do Brasil despertou tensão nos Estados Unidos, como ficou revelado em 2013 ao vir à tona a espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) contra o governo Dilma, exposta pelo ex-funcionário da agência Edward Snowden e publicada no Wikileaks, plataforma criada por Julian Assange dedicada a divulgar informações confidenciais vazadas de governos e empresas.
A investigação do caso expôs que o celular de Dilma estava entre os aparelhos de líderes monitorados. Os
documentos vazados também mostraram que
a Petrobras e ministérios do governo brasileiro foram espionados pela agência de segurança norte-americana.Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!
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