Em uma conversa com o apresentador de rádio John Batchelor, citada pela edição The Nation, o especialista assinalou que a resolução da crise se obstaculiza por duas versões opostas sobre sua erupção.
A primeira, divulgada pelos EUA, trata-se exclusivamente da "agressão" do Kremlin e de Putin. A segunda, a versão russa, tem a ver com a "agressão" por parte da União Europeia e OTAN, protegidas de Washington.
Cohen relembrou, que em janeiro de 2014, Putin que estava se preparando para as Olimpíadas de Inverno em Sochi, estando disposto a demonstrar que a Rússia é um parceiro independente que merece confiança em assuntos internacionais, não tinha nenhuma intenção de provocar uma crise global de larga escala com o Ocidente ou com a Ucrânia "fraterna".
"Razoáveis ou não, mas todos os seus passos tinham por excelência um caráter recíproco e nada de 'agressivo', inclusive as suas ações na Crimeia e no leste da Ucrânia", assinalou.
Ele também observou que o início da crise foi acelerado pelo acordo sobre a "parceria" que a União Europeia propôs celebrar ao então presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, e do qual este descartou em novembro de 2013.
Naquele momento, Putin e seus representantes estavam tentando convencer a UE de tornar o acordo econômico com a Ucrânia em "trilateral", ou seja, incluindo Moscou. Seja como fosse, os líderes europeus recusaram, sugerindo a Kiev fazer uma escolha entre a Rússia e o Ocidente, adiantou Cohen.
Por isso, Cohen expressou dúvidas se seria possível chamar o golpe de fevereiro de 2014 de uma "revolução democrática", considerando que parte das forças oligárquicas permanece em vigor.
"As raízes antidemocráticas do atual regime em Kiev continuam afetando seu trabalho. O presidente Pyotr Poroshenko, tornou-se pouco popular entre os ucranianos. Seu regime continua totalmente corrupto", acrescentou.