Mianmar admite ter matado 10 rohingya após obrigá-los a cavar os próprios túmulos

Os militares de Mianmar admitiram que seus soldados mataram 10 muçulmanos rohingya, classificados como "terroristas". Os rohingya executados foram forçados por forças do governo e aldeões birmaneses a cavar os próprios túmulos.
Sputnik

"Aldeões e membros das forças de segurança confessaram que cometeram homicídio", disseram os militares em um comunicado na quarta-feira. Eles afirmam que os rohingyas mortos foram capturados pelas forças de segurança depois que de entrarem em confronto com os militares.

A crise de refugiados rohingya em seis fotos
As forças governamentais estavam conduzindo uma "operação de desminagem" em uma região a cerca de 50 quilômetros a norte da capital do estado de Sittwe quando "200 terroristas bengali atacaram usando bastões e espadas".

A declaração do Facebook diz que os militantes destruíram veículos militares com explosivos (apesar afirmar que os homens estavam com armas de combate corpo a corpo). Ainda segundo o texto, "não havia condições para transferir os 10 terroristas para a delegacia de polícia", motivo pelo qual os oficiais preferiram matá-los. O comunicado afirma ainda que aldeões ajudaram na execução porque queriam se vingar dos militantes rohingya que mataram os membros da família no passado.

Histórico

As tensões entre a maioria budista de Mianmar e a minoria muçulmana rohingya na província de Rakhine irromperam em agosto do ano passado. Forças governamentais começaram uma repressão radical contra o grupo minoritário após um ataque militante rohingya.

Barco com 130 muçulmanos rohingya fugindo de Mianmar vira no golfo de Bengala
A repressão rapidamente se transformou em uma das piores crises humanitárias no mundo, com mais de 650 mil rohingya fugindo de Mianmar para o Bangladesh para escapar da repressão do governo. Aqueles que permaneceram no país foram expulsos de suas terras e rotulados apátridas, perdendo a cidadania e os direitos de cidadãos birmaneses.

A ONU considera o caso como "limpeza étnica". Mianmar é comandado pela ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 1991, Aung San Suu Kyi.

Comentar