'Fora do normal': OTAN teria usado armas climáticas para atingir êxito em operação militar

Uma das teorias de conspiração mais populares é a possível influência humana no clima com armas de tecnologia de última geração. Neste contexto, ganhou talvez o maior destaque o projeto HAARP dos EUA. Oficial da Força Aérea russa e meteorologista, Yevgeny Tishkovetz, contou para a Sputnik até que ponto os humanos podem mudar condições climáticas.
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O HAARP (High Frequency Active Auroral Research Program, em inglês) é um projeto financiado pelas Forças Armadas dos EUA que visa estudar a ionosfera para aperfeiçoamento de suas capacidades de comunicação por rádio e dos sistemas de vigilância com ajuda de tecnologias de ponta. 

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Há uma teoria de que o sistema HAARP teria sido utilizado na operação militar da OTAN na Iugoslávia em 1999. Yevgeny Tishkovetz, meteorologista do centro Fobos e ex-chefe do serviço meteorológico do Ministério da Defesa russo, disse à Sputnik Sérvia que o sistema pode ter sido realmente usado na Iugoslávia.

Segundo o oficial, a Aliança não tinha como realizar seus ataques aéreos no Kosovo devido às péssimas condições climáticas que afetaram sistemas de precisão dos aviões. No entanto, lembra, logo "tudo virou de cabeça para baixo" e o território europeu por quase dois meses hospedou o anticiclone subtropical dos Açores.

"Foi completamente fora do normal, porque isso não era parecido com um anticiclone dos Açores nem pelas caraterísticas climáticas, nem pela localização e nem pela duração", comentou, especificando que um anticiclone nunca tinha antes durado tanto tempo neste território, contradizendo, assim, todas as leis atmosféricas da física.

Desta maneira, a OTAN acabou tendo condições perfeitas para realizar a operação militar planejada. Apesar de os militares russos não terem provas direitas disso, as circunstâncias acima citadas indicam uso do sistema HAARP pela Aliança em 1999.

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"É preciso entender que, durante operações militares, todos os dados meteorológicos não são revelados. Pelo contrário, são cifrados e param de circular abertamente entre organizações meteorológicas mundiais ou sistemas de comunicação", explicou.

De acordo com o especialista, as tecnologias de mudanças meteorológicas utilizadas pelos norte-americanos foram inicialmente desenvolvidas pela URSS. Porém, com o colapso da União Soviética, os EUA receberam acesso aos avanços tecnológicos soviéticos e continuam aprimorando esta área.

"O número de fenômenos climáticos perigosos cresce anualmente. Acredito que os norte-americanos continuem trabalhando nesta esfera muito ativamente, mas onde e em que regiões — está aí um grande mistério", afirmou.

O militar insinuou que a Rússia possui tecnologias parecidas, mas não especificou o quanto especialistas russos avançaram nisso.

Outra questão que tem preocupado muitos corresponde às mudanças climáticas, por exemplo, o frio extremo que recentemente abalou a América do Norte. Daí pode logicamente surgir como resposta possível uso pacífico do HAARP para normalizar o clima em certas regiões.

No entanto, Tishkovetz advertiu que qualquer tentativa de mudar condições climáticas pode levar a consequências terríveis.

"Digamos, você muda a temperatura ou a quantidade de precipitações na Austrália, mas depois as consequências serão sentidas por todo o mundo, incluindo o seu país […] É uma Caixa de Pandora", declarou.

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Resumindo, o oficial sublinhou ser pouco provável que humanos realizem grandes mudanças climáticas, apenas em situações locais de pouca escala.

Para entendê-lo melhor basta ver os indicadores citados por ele para a Sputnik: "Energia de uma nuvem trovoando é igual a dezenas de bombas nucleares, jogadas sobre Hiroshima, enquanto energia de um ciclone […] se iguala à energia anual gerada por todas as usinas do mundo."

O aquecimento global não é causado em maior parte por ciclos de atividade solar e vulcânica, e, sim, pelo fator antropogênico. O especialista acredita que este fenômeno é mesmo real, mas não é um processo cíclico que já teve lugar há milhares de anos quando ainda não havia nem fábricas nem carros.

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