Os cientistas estão empenhados no projeto de preservar em torno de dez mil filmes realizados entre os anos 1945 e 1962 que registraram cerca de 210 testes nucleares e que atualmente estão sendo digitalizados com o fim de criar modelos digitais dos processos físicos das explosões e analisar suas consequências.
Os vídeos permitem observar em câmera lenta alguns efeitos nunca antes vistos.
Teste Harlem (12 de junho de 1962, operação Dominic)
No momento da detonação da bomba, aparecem duas rajadas de luz. A primeira aparece imediatamente depois da detonação, mas a bola de fogo rapidamente perde força já que a área superaquecida em torno da bola (mais de 3.300 graus Celcius) não permite a passagem da luz. Em um instante, a temperatura cai e se pode visualizar um novo impacto.
Teste Bluestone
O vídeo mostra como uma esfera com pontos brancos perde a cor e se torna transparente. Este aspecto da "bola de fogo" é resultado da reação entre a radiação e as partículas de ar. No entanto, nas camadas mais baixas da atmosfera, a onda de choque ultrapassa a radiação, perdendo rapidamente a força e fazendo com que ela se desvaneça visualmente.
Prova Turk (7 de março de 1955, operação Teapot)
A bomba foi detonada em uma torre especial no deserto de Nevada, a uma altura de 154 metros acima da superfície. A qualidade do vídeo nos permite calcular a velocidade de expansão da bola de fogo, entre outros detalhes interessantes, como as linhas que podem ser observadas durante os primeiros instantes. Este efeito foi chamado de "truques de corda" e aparece graças ao aquecimento e evaporação das cordas que apoiam a torre.
Outro efeito peculiar do teste Turk são as manchas observadas na superfície da bola de fogo que correspondem às partes evaporadas da caixa da bomba.
Esta explosão fez levantar e evaporar milhares de toneladas de partículas do solo que se espalharam por um vasto território, causando contaminação radioativa.
Teste Bighorn (27 de junho de 1962)
Uma bola de fogo perfeita aparece a três quilómetros e meio acima da superfície. Passados poucos momentos após a detonação, a onda de choque é refletida no terreno e deforma a bola, transformando-a em uma cúpula. A velocidade de expansão do cogumelo nuclear permite calcular a quantidade de energia liberada.