Especialistas em energia atômica contestam cenários otimistas das séries sobre apocalipse

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Explosão nuclear (imagem referencial) - Sputnik Brasil
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Uma explosão simultânea de todas as usinas nucleares do mundo, como resultado de um ataque nuclear ou uma calamidade natural, tornaria o planeta completamente inabitável ao longo dos próximos 156 anos devido à contaminação do solo e atmosfera, descobriram os cientistas.

Uma explosão nuclear (imagem artística) - Sputnik Brasil
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"No final da 4ª temporada da série 'The 100', seus heróis voam para o espaço para tentarem se salvar do apocalipse nuclear provocado por uma explosão quase simultânea de todas as usinas nucleares do mundo. A protagonista principal, na época, assegurou que o planeta ficaria seguro para habitação após 2.199 dias. Verificamos para ver se este é realmente o caso", escrevem os autores da pesquisa na edição Journal of Physics Special Topics.

Segundo as atuais avaliações da ONU e da Agência Internacional de Energia Atômica, as usinas nucleares produzem cerca de 11% de toda a energia elétrica na Terra. Hoje em dia, em nosso planeta há cerca de 430 usinas nucleares estacionárias e quase 200 reatores flutuantes instalados em submarinos, quebra-gelos e usinas de energia flutuantes.

Para meados deste século, acreditam os especialistas das Nações Unidas, o número de reatores dobrará e atingirá cerca de 900.

Na série "The 100", estes reatores ficam fora de serviço quase ao mesmo tempo porque a protagonista principal destrói o sistema de inteligência artificial ALIA que havia provocado uma guerra nuclear no 1º episódio da série e, ao mesmo tempo, gerenciava o funcionamento de todas as instalações atômicas no planeta.

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Ao usarem os dados sobre as explosões nas usinas nucleares de Chernobyl e Fukushima, os cientistas britânicos tentaram calcular, quantos radioisótopos seriam lançados para a atmosfera em resultado de tal cataclismo e por quanto tempo o planeta ficaria inabitável para o ser humano.

De acordo com esses cálculos, a protagonista principal da série apresentou o problema de forma otimista, pois a dispersão de grandes volumes de césio-137 e outros isótopos de vida longa tornaria a Terra em um lugar inabitável para as pessoas ao longo de 150 anos, e não apenas 5.

Nos primeiros anos após a explosão, o nível de radiação (caso os resíduos sejam distribuídos de forma regular) será 35 vezes superior ao normal e diminuirá até índices mais ou menos seguros somente após cerca de 50 anos.

Claro que, realçam os cientistas, nada disso pode se passar na realidade, pois a maioria dos reatores modernos é equipado com vários sistemas de segurança que parariam as reações químicas e desligariam o reator caso seu sistema de resfriamento ficasse desabilitado.

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