"Donald Trump expressou pontos de vista racistas mais cedo, durante a campanha eleitoral e no primeiro ano de sua presidência", enfatizou al Khalifah al Ali. "Por outro lado, essas declarações extremistas encobrem as falhas do presidente e do governo dele. Esses escândalos desviam a atenção do público da política externa americana. No entanto, como resultado, eles terão um impacto negativo nas relações dos EUA com Países africanos em particular, e com o resto do mundo".
Al Ali sugeriu que o presidente dos EUA depende em grande parte dos americanos que apoiam sua posição de "ultra-direita".
Reação
Analista político especializado em assuntos estrangeiros, Aiman Samir chamou a atenção para o fato de que a reação dos países africanos à declaração relatada não foi suficientemente forte.
"Os estados africanos têm poder suficiente de exercer pressão sobre a comunidade internacional e sobre a liderança dos EUA", enfatizou Samir. "Donald Trump pode ser obrigado a pedir desculpas para que ele não faça mais estas declarações, o que não pode ser considerado apenas a sua posição pessoal. Elas são percebidas como declarações do gabinete presidencial que influenciam a política do país".
Samir sublinhou que a situação controversa levantou muitas questões: por que outras instituições do governo dos EUA não se desculparam pela observação de Trump? Por que os congressistas deixam este assunto sem a devida atenção?
O analista político sugere que os países africanos têm muitas oportunidades para responsabilizar a liderança dos EUA. Se os EUA querem ser um líder global, seu presidente não deve fazer "declarações racistas", insiste Samir.
"Primeiro, [eles podem se concentrar em] os laços comerciais econômicos entre os Estados Unidos e a África", disse Samir. "Os países africanos podem manter o boicote temporário a bens americanos, por exemplo, por 3-6 meses. A liderança americana entenderá que cometeu um erro".
Nesse domingo, Trump reiterou que não insultou países do terceiro mundo e não se considerava racista.
"Eu não sou racista. Eu sou a pessoa menos racista que você já entrevistou, posso garantir", afirmou o presidente dos EUA em passagem pelo Clube Internacional de Golfe Trump em West Palm Beach, Flórida.