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Juiz da Lava Jato ironiza ganho de auxílio-moradia e vira alvo nas redes sociais

O juiz federal Marcelo Bretas, que comanda as investigações de primeira instância da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, respondeu com ironia sobre o questionamento em torno do benefício do auxílio-moradia recebido por ele e sua mulher, também juíza, e foi alvo de críticas nas redes sociais.
Sputnik

Nesta segunda-feira, o jornal Folha de S. Paulo noticiou que Bretas foi questionado pela Ouvidoria da Justiça Federal a respeito do auxílio-moradia recebido por ele e sua mulher, a juíza Simone Diniz Bretas. 

De acordo com uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), desde setembro de 2014 é proibido o pagamento do benefício para casais formados por juízes. Contudo, Bretas recebe o benefício após uma decisão proferida por outro colega, em 2015.

"Pois é, tenho esse 'estranho' hábito. Sempre que penso ter direito a algo eu VOU À JUSTIÇA e peço. Talvez devesse ficar chorando num canto ou pegar escondido ou à força. Mas, como tenho medo de merecer algum castigo, peço na Justiça o meu direito", escreveu Bretas no Twitter, em tom de ironia.

Segundo o jornal O Globo, Bretas e sua mulher receberam R$ 4.377,73 cada de auxílio-moradia desde janeiro, de acordo com as folhas de pagamento entregues ao CNJ.

Diante da declaração do juiz federal, não foram poucos os internautas que se manifestaram contrariamente ao posicionamento do magistrado, notório pelos seus embates (e condenações) diante do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (MDB).

Um pouco mais tarde, diante da repercussão, Bretas postou uma nota da Associação dos Juízes Federais do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Ajuferjes), na qual a entidade ataca o que chama de "campanha para tentar desmoralizar os juízes brasileiros".

O Supremo Tribunal Federal (STF) pode vir a analisar o tema ainda neste primeiro semestre, uma vez que uma liminar do ministro Luiz Fux garante o benefício a todos os magistrados brasileiros. O benefício é alvo de críticas, uma vez que também contribui para o não cumprimento do teto salarial para servidores públicos (R$ 33.763).

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