Com isso, Moscou está contra as intenções de alguns países de acelerar o projeto, declarou na quarta-feira (31) no briefing, a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Maria Zakharova disse que "queria lembrar mais uma vez à parte polonesa, que o gasoduto Nord Stream 2 não mina a segurança energética da Europa, mas a fortalece via diversificação de rotas de fornecimentos de gás e redução de riscos de transportes, aumentando a segurança do fornecimento de gás dos consumidores finais".
O projeto implica a construção de duas linhas de gasoduto com a potência de 55 bilhões de metros cúbicos por ano da costa russa através do mar Báltico até a Alemanha.
Uma série de países é contra o projeto, em particular a Ucrânia, que tem medo de perder os rendimentos do trânsito do gás russo. Os EUA, por sua vez, têm seus próprios planos de exportações de gás à Europa.
Contudo, o analista principal do Fundo da Segurança Energética Nacional, Igor Yushkov na entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, notou que a Ucrânia não pode impedir a realização do projeto.
Ele nota que há riscos em caso de trânsito através da Ucrânia, o que está ligado à necessidade de investir na modernização do gasoduto ucraniano, que é obsoleto. O especialista avalia que isso custará cerca de 10 ou até 12 bilhões de dólares (entre 31 e 38 bilhões de reais respetivamente).
"Somente os norte-americanos podem minar o projeto se pressionarem o negócio europeu, proibindo quaisquer contatos com a Gazprom nessa direção e fechar todas as oportunidades para a cooperação. Mas isso causará um conflito grave principalmente com a Alemanha, e um resfriamento a longo prazo das relações entre EUA e UE. Por isso, acho que os norte-americanos não se atreverão a fazer isso."
De acordo com o analista, as declarações do presidente norte-americano Donald Trump, em Davos, falam sobre isso. "Em Davos, Trump mostrou que quer cooperar com os europeus, para o bem do desenvolvimento da economia norte-americana. Por isso considero que ele não vai desencadear tal conflito."
Igor Yushkov assinala que o único problema pode ser a oposição por parte da Dinamarca, que pressionam abertamente os EUA. Por isso, é provável que a rota possa ser um pouco desviada e, como consequência, o custo aumentará. Mas o especialista conclui que o projeto será realizado.