Próximos passos de Trump serão dirigidos para 'garantir liberdade a serviços secretos'

O presidente dos EUA, Donald Trump comunicou que tinha ordenado fechar a prisão situada na base militar estadunidense em Guantánamo. O especialista russo Ilia Kravchenko, falou com a Sputnik sobre os motivos para tal decisão do chefe de Estado.
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Nesta terça-feira (30), ao fazer seu discurso anual ao Estado da União no Congresso, o presidente norte-americano ordenou congelar o programa marcado para o fechamento posterior da prisão em Guantánamo e iniciado por seu antecessor Barack Obama.

"Eu acabei de assinar a lei que exige que o secretário [da Defesa, James] Mattis reveja a nossa política em relação a detenções militares e deixe aberta a nossa prisão em Guantánamo", disse Trump.

"No ano passado, liberamos centenas de terroristas perigosos apenas para encontrá-los novamente no campo de combate, inclusive o líder do Daesh [organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países], Abu Bakr al-Baghdadi", relembrou o presidente dos EUA.

Deste modo, o político derrubou a iniciativa de Barack Obama, criada com a finalidade de fechar a prisão para os terroristas internacionais, aberta em Cuba no ano de 2002, em uma base militar estadunidense. Seu fechamento foi uma das promessas do ex-presidente democrata durante a sua campanha eleitoral em 2008.

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Já no final de 2016, apesar da recusa de Obama de financiar a iniciativa apresentada pelo Congresso, prometeu continuar transferindo os prisioneiros de Guantánamo para outros países até o último dia de sua presidência.

Trump, por sua vez, tem afirmado que não apoia a ideia de fechar a prisão antes de ganhar as eleições, pois acredita que a transferência de prisioneiros apresenta uma ameaça à segurança nacional dos EUA.

Mais cedo, as organizações ativistas e várias mídias têm comunicado sobre as torturas aplicadas aos prisioneiros da respectiva prisão. No momento, 41 pessoas estão detidas neste presídio.

O analista do Instituto Russo de Estudos Estratégicos, Ilia Kravchenko, falou com o serviço russo da Rádio Sputnik, afirmando que a decisão americana de manter a prisão em Guantánamo encaixa em uma lógica comum do seu conceito de segurança no país.

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"Os próximos passos de Trump serão dirigidos para garantir mais liberdade de ações para os serviços secretos estadunidenses e militares, para que estes realizem suas tarefas. E ele estabeleceu estes trabalhos ainda no início de sua presidência, ou seja, para garantir a segurança das fronteiras estadunidenses e um controle total daqueles que entram. Tudo isto encaixa na mesma moldura que a decisão de manter a prisão em Guantánamo", afirmou Kravchenko.

De acordo com o analista, a decisão de Donald Trump pode significar que no território de Guantánamo as forças de segurança terão muito mais liberdade de ação que no território dos EUA.

"Os americanos tentam se afastar o máximo possível deste problema que pode surgir no campo jurídico. Pois, caso haja torturas [de prisioneiros], por exemplo, no território dos próprios EUA, será um nível completamente novo de 'barulho de informação', e Trump não o quer. Caso isto aconteça fora do território estadunidense, até mesmo em uma base americana, então a questão é completamente diferente'", resumiu.

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