Moscou não planeja realizar primeiro ataque nuclear contra EUA, declara parlamentar russo

Especialistas russos comentam a nova doutrina nuclear apresentada pelos EUA em 2 de fevereiro.
Sputnik

Moscou se mostra 'desiludida' com nova doutrina nuclear dos EUA
A nova doutrina nuclear de Washington não deve ser considerada como uma declaração da nova corrida armamentista com Moscou, disse à Sputnik o tenente-general Yevgeny Buzhynsky.

"A corrida armamentista é um processo bilateral. Nós temos o nosso próprio programa de modernização do complexo nuclear, eles também têm o seu", acrescentou ele.

"É um documento de política interna dos EUA. Trata-se de uma enorme quantidade de dinheiro. Eles precisam realizar uma modernização. Essa modernização vai custar 1,3 trilhões de dólares [R$ 4,2 trilhões] nos próximos 30 anos", disse Buzhynsky.

Segundo a doutrina apresentada, a Rússia ameaça poder usar primeira um "ataque nuclear limitado".

Entretanto, o chefe do comitê parlamentar da Defesa russo, Vladimir Shamanov, declarou que os documentos orientadores russos não preveem a possibilidade de um ataque preventivo. De acordo com Shamanov, a nova doutrina se tornaria "uma via direta para o agravamento das tensões e confrontação".

O presidente do comitê de Relações Internacionais da Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo), Leonid Slutsky, opinou que a nova doutrina é "perigosa do ponto de vista de violação dos princípios da contenção nuclear".

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"Segundo os especialistas, as disposições do documento publicado que preveem o uso das armas nucleares não como um meio de destruição maciça, mas como um meio de ataque pontual contra o inimigo podem provocar uma nova espiral da corrida armamentista no mundo, porque agora os outros países também podem a fazer ajustamentos das suas doutrinas", explicou ele.

A nova doutrina nuclear dos EUA, apresentada em 2 de fevereiro, descreve o mundo em tons muito mais sombrios que os documentos anteriores. Um lugar chave na doutrina está reservado à Rússia apesar de todos os "suspeitos do costume", representados pela China, Irã e Coreia do Norte, também serem nela mencionados.

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