No relatório são detalhadas as consequências e a influência das sanções norte-americanas no mercado de títulos públicos da Rússia, bem como o cariz das que poderão ser adotadas no futuro. Segundo a informação da Bloomberg, eventuais novas sanções proibirão os investidores de comprarem novos títulos públicos da Rússia.
Segundo os analistas do Vzglyad, na verdade, até agora, poucas coisas estão claras sobre estas sanções. A mídia ocidental está dizendo que o relatório se limita a analisar as medidas que o Tesouro dos EUA já aplicou e que provavelmente seu conteúdo será revelado à porta fechada.
A vice-diretora do departamento de análise da empresa Alpari, Nataliya Milchakova, acredita que a proibição de compra de títulos públicos russos pretende assustar os investidores. "Discutir as sanções é uma mera especulação da mídia, nada mais", acrescentou ela e lembrou que até agora os investidores norte-americanos estão calmos.
Levando em conta tais fatores como o tamanho da economia russa, a sua presença no mercado internacional de ativos e as dimensões que a ampliação das sanções alcançaram na dívida soberana, as consequências de tais sanções seriam sentidas na pele tanto pela Federação da Rússia como pelos investidores dos EUA.
Além disso, essas novas medidas restritivas prejudicarão a competitividade dos grandes gestores de ativos norte-americanos. Os autores do relatório alertam que a introdução de novas sanções sem a União Europeia poderia minar a unidade dos parceiros em relação a este tema.
Teoricamente, a Rússia poderia responder com a proibição de pagar as dívidas soberanas e corporativas externas que beneficiem investidores norte-americanos ou proibir receber dividendos de ações das corporações e bancos russos.
"Moscou pode deixar os investidores dos EUA sem lucros", explicam analistas da Alpari.
Em qualquer caso, as sanções são muito improváveis. A Rússia já não é tão dependente de fatores externos. "Os efeitos das sanções atuais mostram que o país está encontrando maneiras eficazes de evitá-las ou até de beneficiar-se delas", concluíram os especialistas.