Bolívia tem greve geral em protesto contra possível novo mandato de Morales

Milhares de pessoas participam hoje, em diversas cidades da Bolívia, de protestos contra e a favor do presidente Evo Morales, que pode alterar a Constituição do país para se candidatar a um quarto mandato, mesmo após um referendo no qual a maioria dos participantes rejeitou essa possibilidade.
Sputnik

Opositores a essa ideia organizaram uma greve geral para demonstrar sua indignação, afetando comércios, escritórios, escolas e transportes. Em Santa Cruz de la Sierra, principal centro comercial, financeiro e industrial do país, a oposição a Morales foi sentida com mais força do que na capital, La Paz. Ontem, no entanto, partidários do atual chefe de Estado tomaram as ruas da cidade, erguendo cartazes e gritando palavras de apoio à sua candidatura para as eleições do ano que vem. A expectativa é a de que novos protestos ocorram pelo país até o fim do dia. 

"A mensagem foi clara! A Bolívia disse NÃO!!!", declarou um manifestante no Twitter. 

Apesar de sua popularidade e das conquistas sociais e econômicas reconhecidas internacionalmente, Evo Morales foi derrotado em um referendo realizado no dia 21 de fevereiro de 2016, no qual pedia autorização ao povo boliviano para reformar a Constituição de forma a concorrer a um quarto mandato. No entanto, no final do ano passado, o Tribunal Constitucional Plurinacional da Bolívia autorizou o presidente a disputar uma nova eleição, com base em uma ação do partido governista, Movimento ao Socialismo (MAS), que argumentava que os limites de mandatos impostos violam o princípio do sufrágio universal. 

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