Por que partido islamista na Tunísia decidiu incluir um judeu na lista de candidatos?

Na Tunísia, o Partido de Renascimento islamista (Ennahda) incluiu um candidato judeu em sua lista de candidatos para eleições municipais. Especialistas comentaram à Sputnik França essa decisão incomum.
Sputnik

O representante do Ennahda, Imed Khemiri, ressaltou à Sputnik que a decisão está de acordo com a nova estratégia do partido, ou seja, estratégia de islamistas moderados. 

Vaticano chama Jerusalém de 'cidade sagrada de cristãos, judeus e muçulmanos' e pede paz
"Nossas listas são abertas para todos os candidatos independentes, a que pertence Simon Salama. É uma situação absolutamente normal por condizer com a linha política, determinada no 10º Congresso do partido [que foi realizado em maio de 2016]: abrir as portas do partido para todos os tunisianos, tanto homens como mulheres, para todas as camadas da população, para as pessoas com diferentes níveis de educação e profissões", explicou ele.

"Se o Partido de Renascimento nomear um judeu para as eleições em Monastir, considerem-me um dos Irmãos Muçulmanos", escreveu Jacob Perez, judeu tunisiano, no Twitter.

"Desde a proclamação de independência, nenhum partido tem simpatizado com nós", disse ele, respondendo ao comentário de outro usuário que está fascinado pela agilidade com que o Partido de Renascimento conseguiu realizar o que "os partidos mais mundanos nunca se atreveriam fazer".

Terra dividida: o que impede reunião entre judeus e árabes nos Territórios Palestinos?
O representante de outro partido tunisiano, Nidaa Tounes, critica a decisão do Ennahda, acusando-o de "strip-tease político". 

Entretanto, para o cientista Adnen Limam, a inclusão do candidato judeu na lista de candidatos não tem nada a ver com os motivos eleitorais, porque isso foi feito na região onde a posição do partido é fraca. O objetivo real é lançar um sinal positivo aos judeus proeminentes em todo o mundo. 

Comentar