A resolução 181, votada em 29 de novembro de 1947 na Assembleia Geral da ONU, determinou a divisão do território palestino em dois Estados, o judeu e o árabe. Para Margalit, ex-vereador e fundador do Comitê contra Demolição de Casas Palestinas, os anos passados permitem reconhecer os erros da decisão quanto à divisão territorial.
"Se naquele momento tivéssemos pensado no conflito palestino-israelense e nas sequelas da resolução, provavelmente a repartição territorial não teria sido como foi proposta", afirmou à Sputnik Mundo.
Um ano depois da Resolução 181, em maio de 1948, o movimento sionista fundou o Estado de Israel, expulsando cerca de 700 mil palestinos de suas casas. Com a declaração de independência, israelenses tomaram aproximadamente metade dos territórios destinados ao Estado árabe segundo a declaração.
Atualmente, o Estado da Palestina é constituído pelos territórios da Cisjordânia e da Faixa de Gaza com reconhecimento limitado e representação como observador nas Nações Unidas.
Segundo Margalit, o fato de a Palestina não ser um Estado independente é um dos principais obstáculos para alcançar algum tipo de paz, pois qualquer tratado deve ser estabelecido entre países independentes.
Para Margalit, "não haverá solução no Oriente Médio enquanto não devolvamos o que tomamos pela força".
Existem propostas para sair do conflito, como uma divisão funcional da terra e não territorial ou a criação de uma confederação com fronteiras abertas, onde os judeus possam se estabelecer na Cisjordânia assim como árabes e palestinos possam fazer o mesmo em Israel.
"Agora mais pessoas entendem o que é preciso […] deixar de lado ideias como ‘soberania' e ‘terra toda minha' e pensar no plural, em todos os habitantes desta terra, os judeus e os árabes por igual", assegurou.
"Os latino-americanos o entendem muito melhor do que os europeus e norte-americanos", afirmou.
Por isso, o argentino israelense pediu para que os países da América Latina se envolvam mais no conflito do Oriente Médio: daria um empurrão no processo.