'Asfixia e encarceramento': Israel revela arquivos sobre guerra com países árabes

© REUTERS / Mohamad TorokmanPalestino mascarado segurando um pneu em chamas durante confrontos com tropas israelenses em uma aldeia na Cisjordânia, 10 de novembro de 2017
Palestino mascarado segurando um pneu em chamas durante confrontos com tropas israelenses em uma aldeia na Cisjordânia, 10 de novembro de 2017 - Sputnik Brasil
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Os documentos revelam informações sobre a estratégia do governo israelense quanto ao tratamento ao povo palestino. Alguns deles proporcionam muitas premonições dos confrontos atuais entre Israel e Palestina.

Israel desclassificou documentos sobre a Guerra dos Seis Dias, que revelam planos controversos do governo quanto ao tratamento aos palestinos. A informação foi publicada nos Arquivos do Estado de Israel em 16 de novembro e também inclui centenas de páginas de atos das reuniões do gabinete entre agosto e dezembro de 1967, pouco depois da Guerra dos Seis Dias, em junho do mesmo ano.

A guerra de Israel com os seus vizinhos árabes terminou com a tomada por Israel de Jerusalém Oriental e Cisjordânia da Jordânia, a Faixa de Gaza e a península do Sinai do Egito, e as Colinas de Golã da Síria.

Os documentos detalham informações sobre a estratégia do governo israelense sobre como tratar o povo palestino e mostram o despreparo dos israelenses para arcar com as consequências de sua vitória.

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"Há 600.000 árabes nestes territórios agora. Qual será seu status?", perguntou o primeiro-ministro Levi Eshkol em dezembro de 1967, de acordo com o jornal Haaretz. "Sugiro que não votemos nem tomemos uma decisão hoje; há tempo para lidar com esta alegria; melhor dizer, há tempo para lidar com este problema."

"Se esperarmos 20 anos, o mundo se acostumará com a nossa presença nestes territórios, em todo o caso pelo menos se acostumaram com a presença do rei da Jordânia", sugeriu o ministro do Transporte, Moshe Carmel. "Temos mais direitos. Possuímos mais ligações aos territórios do que ele", adicionou.

Na época, o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, comparou Gaza a uma prisão ao ar livre, mas parece que o governo israelense sempre quis que fosse assim mesmo. "Precisamente pela asfixia e encarceramento na região, talvez os árabes se mudem da Faixa de Gaza", afirmou Eshkol, comunica o site Mondoweiss.

"Talvez, se não fornecermos bastante água, não terão outra opção, porque as hortas deixarão de crescer e serão destruídas", acrescentou Eshkol, em uma sugestão que parece se ajustar, segundo assinalou a mídia, à definição de genocídio da ONU que inclui "infligir deliberadamente as condições de vida calculadas para provocar a sua destruição física no todo ou em partes".

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