Israel desclassificou documentos sobre a Guerra dos Seis Dias, que revelam planos controversos do governo quanto ao tratamento aos palestinos. A informação foi publicada nos Arquivos do Estado de Israel em 16 de novembro e também inclui centenas de páginas de atos das reuniões do gabinete entre agosto e dezembro de 1967, pouco depois da Guerra dos Seis Dias, em junho do mesmo ano.
A guerra de Israel com os seus vizinhos árabes terminou com a tomada por Israel de Jerusalém Oriental e Cisjordânia da Jordânia, a Faixa de Gaza e a península do Sinai do Egito, e as Colinas de Golã da Síria.
Os documentos detalham informações sobre a estratégia do governo israelense sobre como tratar o povo palestino e mostram o despreparo dos israelenses para arcar com as consequências de sua vitória.
"Se esperarmos 20 anos, o mundo se acostumará com a nossa presença nestes territórios, em todo o caso pelo menos se acostumaram com a presença do rei da Jordânia", sugeriu o ministro do Transporte, Moshe Carmel. "Temos mais direitos. Possuímos mais ligações aos territórios do que ele", adicionou.
Na época, o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, comparou Gaza a uma prisão ao ar livre, mas parece que o governo israelense sempre quis que fosse assim mesmo. "Precisamente pela asfixia e encarceramento na região, talvez os árabes se mudem da Faixa de Gaza", afirmou Eshkol, comunica o site Mondoweiss.
"Talvez, se não fornecermos bastante água, não terão outra opção, porque as hortas deixarão de crescer e serão destruídas", acrescentou Eshkol, em uma sugestão que parece se ajustar, segundo assinalou a mídia, à definição de genocídio da ONU que inclui "infligir deliberadamente as condições de vida calculadas para provocar a sua destruição física no todo ou em partes".