Em entrevista concedida ao diretor Oliver Stone em 2017, Putin explicou por que considera o fim da União Soviética a maior catástrofe do século 20.
"Muitas vezes fui criticado por ter lamentado a dissolução da União Soviética. Em primeiro lugar e o mais importante, é que 25 milhões de pessoas, em uma noite, acordaram em países estrangeiros após o fim da União Soviética. Essa é a maior catástrofe do século 20', disse Putin durante entrevista mostrada no canal de TV Showtime.
"Primeiramente, surgiram indícios e depois a guerra civil em grande escala. E com certeza eu vi tudo aquilo, principalmente quando me tornei diretor do Serviço Federal de Segurança (FSB)", acrescentou.
"Ao mesmo tempo, nosso sistema de proteção social se encontrava totalmente destruído, setores inteiros da economia foram completamente interrompidos, o sistema de saúde e o exército foram arruinados e, devido a isso, milhares de pessoas ficaram abaixo da linha de pobreza. Também não podemos esquecer-nos disso", notou Putin.
Segundo ele, Mikhail Gorbachev, o então secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética e seus aliados, "não entediam quais seriam as mudanças necessárias e como alcançá-las. Seu mérito é que ele [Gorbachev] sentiu a necessidade de mudanças de fato, e tentou modificar o sistema em si, mas o problema foi que o próprio sistema não era adequado", disse Putin.
Anteriormente, Vladimir Putin frisou que o fim da União Soviética foi a maior influência em sua vida.
O acordo sobre a dissolução da existência da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e a consequente criação da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), foi assinado em 8 de dezembro de 1991 por líderes da Rússia, Ucrânia e Bielorrússia. No momento, não há um consenso único sobre os indícios do colapso da URSS. No entanto, a maioria dos especialistas afirma que seu início foi manifestado na própria ideologia protagonizada pelos bolcheviques que formalmente reconheciam o direto das nações à autodeterminação.