Após quase 6 décadas, Cuba ensaia transição para era pós-Castro

Os cubanos vão às urnas neste domingo (11) para ratificar os 605 membros da Assembleia Nacional que irão escolher o sucessor de Raúl Castro.
Sputnik

Quando o atual mandatário deixar o poder, em 19 de abril, será a primeira vez em quase seis décadas que o poder na ilha caribenha caberá a alguém que não tenha o sobrenome Castro.

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Mais de 8 milhões de cubanos foram convocados a ratificar tanto os delegados de suas assembleias provinciais quanto os 605 nomes propostos para a Assembleia Nacional pelo Partido Comunista de Cuba (PCC), o único partido autorizado.

As mudanças, todavia, não devem ser drásticas. Pouco antes do pleito começar, o ministério das Relações Exteriores foi ao Twitter falar sobre a transição:

"Alguns ouvem músicas de sirenes e anunciam o fim da 'era Castro'", afirmou a chancelaria cubana. "O próximo presidente não terá esse sobrenome. Mas, sem dúvida, será um filho da Revolução".

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Raúl Castro assumiu o poder quando seu irmão Fidel deixou o cargo em 2006 por problemas de saúde — ele governava o país desde a Revolução Cubana, em 1959.

Os candidatos propostos podem ou não ser membros do PCC e provêm tanto de eleições locais quanto de organizações sindicais e estudantis pró-governo. 

"Não concorrem partidos políticos, nem se financiam campanhas. A base para propor e eleger os candidatos é o mérito, a capacidade e o compromisso do povo", disse Raúl Castro em 2017.

Na lista, está garantida a cúpula do PCC, incluindo Castro, os líderes históricos da Revolução e 322 mulheres.

"Ninguém troca promessas por votos, ou faz publicidade de sua capacidade de conseguir apoiadores (…) Este é o rosto verdadeiro e excepcional do que chamamos orgulhosamente de democracia socialista", escreveu o jornal estatal Granma.

Após as eleições, a Assembleia Nacional irá escolher 31 membros para o Conselho de Estado, que selecionam, entre eles, o novo presidente.

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O cenário mais provável é que o atual vice-presidente Miguel Díaz Canel, de 57 anos, seja o novo mandatário. Ele já afirmou publicamente que irá defender o legado da família Castro:

"Sempre haverá presidente em Cuba defendendo a Revolução, e serão companheiros que sairão do povo", disse ele, em novembro passado. 

Díaz Canel é engenheiro e subiu na hierarquia do PCC ao longo de três décadas. 

Já Raúl Castro, de 86 anos, deve seguir como  primeiro-secretário do PCC até 2021. 

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