A Sputnik China entrevistou o especialista militar Vasily Kashin e pediu sua opinião sobre o provável uso do novo aparelho.
"Prevê-se que o aparelho seja capaz de realizar voos na atmosfera, bem como no espaço, com uma velocidade hipersônica e efetuar pouso automático em aeródromo. Por enquanto, muitos dos detalhes dos testes realizados ainda não foram revelados. Apesar disso, torna-se claro que os chineses estão passando da realização de testes deste modelo […] para voos em condições reais", afirmou.
O especialista recordou que a China tem trabalhado na elaboração de vários tipos de aviões orbitais já por mais de 20 anos. Vale ressaltar que nos estágios iniciais o país asiático utilizava também tecnologias de origem soviética, contudo, no momento a experiência chinesa neste campo já superou a russa, uma vez que a Rússia, possuindo recursos mais limitados, concentrou-os totalmente na área militar para assegurar sua própria segurança.
Segundo destacou o analista, o progresso no desenvolvimento dos aviões espaciais abre caminho para muitas novas oportunidades no campo militar, tal como na área civil. Em primeiro lugar, este tipo de veículos permite transportar para o espaço cargas úteis de forma mais rápida e mais barata, principalmente no que se refere a satélites de pequeno e de médio porte. Além disso, um avião orbital pode transportar equipamento de vigilância e armas que posteriormente podem ser reutilizadas depois de voltarem à terra.
Enquanto isso, Kashin falou sobre as perspectivas de utilização de aviões hipersônicos para transporte de passageiros.
"As conversas sobre a possibilidade de utilização de aviões hipersônicos para voos regulares de passageiros parecem questionáveis: no momento, nem sequer está claro como assegurar a rentabilidade de voos de passageiros supersônicos", explicou o especialista.
"Os EUA, confiando em sua supremacia nas tecnologias espaciais, rejeitam as iniciativas russas e chinesas sobre não proliferação de armas no espaço. Em novembro de 2017, a secretária da Força Aérea dos Estados Unidos, Heather Wilson, afirmou que os EUA consideram o espaço como um futuro palco de operações militares. Sendo assim, caso não tenha como impedir a corrida armamentista, é melhor se preparar para ela. É isso que a China está fazendo", ressaltou Vasily Kashin.