EUA querem criar forças espaciais seguindo exemplo da Rússia, diz analista

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que o país vai criar tropas espaciais. Segundo analista, as novas forças terão uma estrutura parecida com a das tropas espaciais da Força Aeroespacial da Rússia.
Sputnik

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Anteriormente, o líder estadunidense afirmou que, além da força aérea, os EUA vão ter uma força espacial. Trump assinalou que primeiro não levou essa ideia a sério, contudo, após a avaliar, achou-a boa.

Analista militar russo, Viktor Murakhovsky, acredita que a iniciativa dos Estados Unidos copia a da Rússia, que já há muito tempo criou tropas espaciais como um ramo independente das forças armadas (desde 2015 fazem parte da Força Aeroespacial da Rússia).

Murakhovsky sublinhou que os EUA anunciaram esta ideia ainda no ano passado, no âmbito do conceito Multi-Domain Battle que prevê combates em vários ambientes, inclusive no espaço.

"Eles consideram como novos ambientes o espaço e o ciberespaço. Os EUA já criaram uma unidade cibernética dentro do Departamento de Defesa, agora pretendem criar o ramo independente das tropas espaciais", comentou.

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Apesar de afirmarem que o novo ramo não será de combate, mas para estabelecer comunicações, sistema de alerta de ataques de mísseis, entre outras tarefas, Murakhovsky aponta que os norte-americanos continuam testando um "avião aeroespacial" (projeto Х-37) e o veículo hipersônico X-43.

Acreditando que a Rússia e a China estão desenvolvendo sistemas espaciais antissatélite, "os próprios EUA já estão trabalhando em meios de combate espaciais", sublinhou. Em particular, a mídia local informou sobre a suposta criação de unidades aerotransportadas como parte das tropas espaciais.

"Talvez se trate mesmo de aviões aeroespaciais para dois ambientes que no futuro possam realizar desembarques de tropas. Acho que isso será possível apenas no futuro distante, isso se os EUA conseguirem mesmo fazê-lo", opinou o analista.

Competição assimétrica

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Na opinião de Murakhovsky, a Rússia não tem razões para se preocupar com os planos de Washington. O mais importante é que os EUA não violem o Tratado do Espaço Exterior (1967) e não levem ao espaço meios de combate, em especial armas nucleares, armas de raio laser de bombeamento nuclear e meios eletromagnéticos antissatélite.

Segundo o analista, "o número de satélites dos EUA em órbita é mais de 10 vezes superior ao de satélites russos — eles possuem cerca de 500 aparelhos espaciais, uma parte significativa dos quais são satélites de caráter exclusivamente militar, como os do sistema SBIRS [sistema de alerta antecipado de lançamentos de mísseis balísticos]."

Moscou, acha o analista, não deve competir diretamente com Washington, assegurando em primeiro lugar as necessidades de suas Forças Armadas conforme suas tarefas atuais.

Nomeadamente, a Rússia precisa desenvolver para garantir sua segurança os três aspectos seguintes: um sistema de alerta de ataques com mísseis, um sistema ótico-eletrônico de designação de alvos e um sistema autônomo fechado de navegação por satélite.

Questão de alguns anos

No fim de fevereiro, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea dos EUA, David Goldfein, declarou que a guerra no espaço é questão de alguns anos.

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Em seu discurso, o militar sublinhou que os EUA têm que alcançar a supremacia no espaço. Goldfein opinou que, para aumentar o poder de fogo dos EUA, é preciso integrar a inteligência e as capacidades de comunicação em todos os ambientes: no ar, em terra, no mar, no ciberespaço e no espaço.

Os Estados Unidos, assim como outras potências, estão desenvolvendo vários sistemas espaciais de ataque e defesa. Além de satélites militares e possíveis armas antissatélite, Washington tem um avião não tripulado espacial, cujos voos são altamente secretos.

De acordo com os dados do portal Space News, o orçamento da Força Aérea dos EUA para programas espaciais em 2018 constitui 7,75 bilhões de dólares (R$ 25,31 bilhões) um aumento de 20% quando comparado com o ano passado. No próximo ano, esta parte do orçamento pode ser aumentada para US$ 8,5 bilhões.

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