"O que deve ocorrer no Brasil é permitir que Lula compita, o que acho difícil já que a direita perdeu toda a prudência e está pronta a ir até o fim para que ele não possa se candidatar", afirmou Sánchez à Sputnik Mundo.
No âmbito do FSM, que começou nesta terça-feira (13) e continuará até sábado (17), Sánchez vai marchar junto com ativistas e organizações internacionais para exigir que o ex-presidente brasileiro possa competir nas eleições presidenciais de outubro, apesar de ter sido condenado por crimes de corrupção.
"A direita tem medo de Lula por saber que ele tem competência entre o povo brasileiro; os setores mais conservadores do Brasil relacionaram as conquistas do povo de seu país com um golpe parlamentar e agora procuram desabilitar judicialmente e sem provas o ex-presidente, que tirou da pobreza mais de 30 milhões de pessoas", assinalou Sánchez.
Sánchez reconheceu que é "complicado” para Lula voltar a se candidatar, já que em sua opinião, a “direita do Brasil não abandonou os procedimentos antidemocráticos para recuperar o poder político".
Fórum Social Mundial
Para Sánchez, o FSM é de "importância vital" para avançar na "necessidade de substituir o sistema neoliberal por um modelo de desenvolvimento muito mais humano e respeitoso à soberania dos povos".
Sua participação no FSM, bem como a dos diferentes líderes das organizações políticas e civis na América Latina, "servirá para compartilhar experiências entre nós e preparar-nos para lutar", acrescentou.
"A América Latina vive uma maturação importante, uma vez que se dá mais valor aos governos progressistas ou transformadores; infelizmente às vezes isso ocorre em momentos em que temos retrocessos notáveis", comentou.
Sanchez observou que "não é tarde para levantar a cabeça e impulsionar de novo a ofensiva de nossos povos", ao acrescentar que "o importante é agirmos com união, já que não foi inventada uma forma melhor para conquistar o avanço".
Na tarde da quinta-feira (15), o marco principal foi um evento com a participação de Lula e também de Dilma Rousseff, José Mujica e Cristina Kirchner.
Em 27 de janeiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, condenou Lula em segunda instância e aumentou a sua pena para 12 anos de prisão.