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Opinião: direita vai até o fim para impedir Lula de se candidatar

O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, deve ter a oportunidade de se candidatar nas próximas eleições do país, acredita Camilo Sánchez, presidente da Juventude Comunista do Chile, entrevistado pela Sputnik.
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"O que deve ocorrer no Brasil é permitir que Lula compita, o que acho difícil já que a direita perdeu toda a prudência e está pronta a ir até o fim para que ele não possa se candidatar", afirmou Sánchez à Sputnik Mundo.

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No momento, o líder do movimento chileno se encontra na cidade de Salvador, onde está participando do Fórum Social Mundial (FSM), uma reunião internacional anual que tem como objetivo elaborar alternativas para uma transformação social global.

No âmbito do FSM, que começou nesta terça-feira (13) e continuará até sábado (17), Sánchez vai marchar junto com ativistas e organizações internacionais para exigir que o ex-presidente brasileiro possa competir nas eleições presidenciais de outubro, apesar de ter sido condenado por crimes de corrupção.

"A direita tem medo de Lula por saber que ele tem competência entre o povo brasileiro; os setores mais conservadores do Brasil relacionaram as conquistas do povo de seu país com um golpe parlamentar e agora procuram desabilitar judicialmente e sem provas o ex-presidente, que tirou da pobreza mais de 30 milhões de pessoas", assinalou Sánchez.

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A defesa do ex-presidente vai recorrer até os últimos recursos para evitar que Lula seja preso, quando o tribunal que o condenou divulgar a sentença.

Sánchez reconheceu que é "complicado” para Lula voltar a se candidatar, já que em sua opinião, a “direita do Brasil não abandonou os procedimentos antidemocráticos para recuperar o poder político".

Fórum Social Mundial 

Para Sánchez, o FSM é de "importância vital" para avançar na "necessidade de substituir o sistema neoliberal por um modelo de desenvolvimento muito mais humano e respeitoso à soberania dos povos".

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"Esta reunião ocorre simultaneamente com o Fórum Econômico Mundial, onde as grandes empresas fecham acordos para aumentar seus lucros à custa do bem-estar de milhões de pessoas por todo o mundo", afirmou. 

Sua participação no FSM, bem como a dos diferentes líderes das organizações políticas e civis na América Latina, "servirá para compartilhar experiências entre nós e preparar-nos para lutar", acrescentou.

"A América Latina vive uma maturação importante, uma vez que se dá mais valor aos governos progressistas ou transformadores; infelizmente às vezes isso ocorre em momentos em que temos retrocessos notáveis", comentou.

Sanchez observou que "não é tarde para levantar a cabeça e impulsionar de novo a ofensiva de nossos povos", ao acrescentar que "o importante é agirmos com união, já que não foi inventada uma forma melhor para conquistar o avanço".

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Os organizadores do FSM estimaram que 1.500 grupos, organizações, movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos de todo o mundo participem de suas atividades com uma agenda intensa que inclui marchas, demonstrações, mesas redondas, bem como atividades artísticas e culturais.

Na tarde da quinta-feira (15), o marco principal foi um evento com a participação de Lula e também de Dilma Rousseff, José Mujica e Cristina Kirchner.

Em 27 de janeiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, condenou Lula em segunda instância e aumentou a sua pena para 12 anos de prisão.

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