Cientistas decifram DNA de um dos mais famosos 'alienígenas' já encontrados

A misteriosa criatura humanoide de 15 cm com um crânio alongado e deformado, encontrada em 2003 no Deserto do Atacama (Chile), gerou interesse enorme, especialmente entre pessoas que buscam sinais de vida extraterrestre na Terra.
Sputnik

Contudo, de acordo com o novo estudo, publicado na revista Genome Research, os restos encontrados no Atacama pertenciam a um bebê que sofria de diferentes alterações genéticas responsáveis por afetar o desenvolvimento de seus ossos.

"Agora sabemos com certeza que se trata […] de um bebê nascido prematuramente, ou ao contrário, nascido tarde demais e por isso morreu praticamente logo depois de nascer. Acho que seria melhor devolver o corpo ao Chile ou sepultá-lo conforme as tradições dos povos locais", afirmou Garry Nolan, geneticista da Universidade Stanford (EUA).

Revelado mistério dos crânios 'alienígenas' encontrados há 50 anos na Alemanha (FOTO)
Nos últimos anos, adoradores de teorias de conspiração quanto à existência de vida extraterrestre vêm "evidenciando" a presença alienígena em nosso planeta, usando como argumentos duas descobertas relativamente recentes – o corpo de Aleshenka, suposto alienígena encontrado no povoado russo de Kyshtym em 1996, e sua "prima" Ata, encontrada em um povoado abandonado no deserto do Atacama em 2003.

Diferentemente do caso Aleshenka, cujos restos foram perdidos antes de serem analisados por especialistas, o corpo de Ata tem sido estudado pela comunidade científica há mais de 15 anos.

Humanidade pode receber sinais de extraterrestres no futuro, mas estes já estariam mortos
De acordo com Nolan, Ata parece ser um alienígena não somente por sua aparência externa, mas também, por dentro. Por exemplo, o esqueleto da criatura parece mais com os ossos de uma criança de 8 anos, embora sua altura corresponda a somente 15 cm, sendo equivalente a um feto. Além disso, a "extraterrestre” possui apenas 10 pares de costelas, e não 12 como todas as pessoas saudáveis, e nem 11, igual a portadores de várias deficiências genéticas. Todas essas particularidades foram usadas por diferentes "ufólogos" e outros buscadores de vestígios de ETs.

Contudo, ainda em 2013, Nolan e seus colegas conseguiram decifrar uma parte do DNA de Ata e revelaram que os restos pertenciam a uma pessoa que faleceu muito rapidamente.

O cientista tentou revelar também as origens da aparência tão peculiar da criatura, lançando duas teorias principais. Ata era uma criança de 8 anos que sofria de formas extremas de nanismo e outras disfunções, podendo ter morrido ainda enquanto feto devido à progéria, ou seja, envelhecimento prematuro.

OVNI está 'seguindo' avião no céu dos EUA (VÍDEO)
O próprio Nolan apoiava a primeira teoria, contudo, não podia encontrar genes responsáveis pelo nanismo do "alienígena". No fim das contas, o cientista realizou uma nova análise, ao decifrar completamente o DNA de Ata, e estudou aproximadamente três milhões de mutações. 

Como resultado, geneticistas encontraram 600 genes drasticamente afetados por mudanças negativas, muitas das quais estavam relacionadas à escoliose, a disfunções na síntese de colágeno e tecido ósseo, ao envelhecimento prematuro, a anomalias em número de costelas e a outras particularidades do corpo de Ata. Tudo indica que a menina teria morrido na infância ou quando ainda era feto. 

O estudo posterior do DNA de Ata pode ajudar os cientistas a revelar os motivos de desenvolvimento de muitas doenças congênitas, relacionadas ao esqueleto, e a encontrar meios potenciais de seu tratamento.

Comentar