Os participantes permanentes dos exercícios são as esquadrilhas dos chamados "agressores", que imitam o inimigo o mais possível. Seus aviões são pintados com cores de camuflagem do "inimigo", mas às vezes se trata de aeronaves reais das famílias MiG e Sukhoi russas. O colunista da Sputnik, Vadim Saranov, explica onde os norte-americanos obtêm os equipamentos para tais treinos e para que é que preparam seus pilotos.
O primeiro destacamento de "agressores" for formado no início da década de 70 na base aérea de Nellis, em Nevada. O papel dos caças soviéticos era desempenhado por aviões estadunidenses F-5 com estrelas vermelhas pintadas nas asas, mas já em 1973 surgiu o primeiro verdadeiro MiG-21F-13, capturado por israelenses aos árabes. Passados mais alguns anos, o céu de Nevada evidenciou a decolagem de aviões soviéticos MiG-21bis e MiG-23.
Após o colapso da URSS, os "agressores" receberam aparelhos mais modernos. Deste modo, em dezembro de 2016 os chamados spotters fotografaram uma batalha de treinamento entre um Su-27 e um caça estadunidense F-16. Passado menos de um ano, a mídia informou sobre a queda do misterioso Sukhoi, enquanto o Pentágono se absteve de comentários. Havia várias versões quanto à origem do avião.
Assim, é um fato consumado que em 2009 a Ucrânia vendeu à empresa privada norte-americana Pride Aircraft dois aviões desarmados Su-27UB. Em 6 meses, os americanos fizeram as máquinas entrar em serviço e postaram vídeos de voos no YouTube, depois do que anunciaram que as aeronaves teriam sido vendidas e não estavam mais em acesso. O nome do proprietário não foi desvendado, mas há versões de que na realidade teria sido o Pentágono que ficou com os aviões.
Afirmava-se também que, além dos aviões Sukhoi, após o colapso da URSS os EUA ficaram com mais de duas dezenas de caças MiG-29 do Leste europeu e das ex-repúblicas soviéticas. É de assinalar que todos eles, de jure, também pertenciam a empresas privadas.
De qualquer maneira, o núcleo do parque dos "agressores" é constituído pelos aviões norte-americanos F-5, F-15, F-16 e F/A-18. Pela sua pintura, não é difícil entender quem, para a Força Aérea dos EUA, é o inimigo mais provável.
PAK FA de F-5
A sede principal dos "agressores" é a base de Nellis. Julgando pelas fotos de satélite mais recentes, os aviões F-16 e F-15 aqui estacionados estão pintados principalmente com cores da aviação russa e também iraniana.
De acordo com vários especialistas norte-americanos, também se trata de aeronaves da encomenda do Paquistão que ficou sob embargo dos EUA há vários anos.
Já a esquadrilha dos "agressores" no Alasca, por motivos claros, prefere exclusivamente a pintura russa, pois lá se podem ver 12 caças F-16 em cores azul e cinza imitando os MiG-29 russos.
Pressão psicológica
Além do aspecto visual, os "agressores" também simulam a compostura e a tática dos pilotos do inimigo, pois para a Força Aérea dos EUA, isto representa um aspecto psicológico importante.
Foi ainda na época da Segunda Guerra Mundial que os norte-americanos repararam que, ao se encontrarem com o inimigo pela primeira vez, a maioria dos pilotos jovens ficavam paralisados e os segundos perdidos lhes custavam a vida. Por isso, para o comando, os treinos regulares contra os "agressores" devem fazer os pilotos estadunidenses se acostumarem a tal tipo de confrontação.