"Não estamos falando apenas de propaganda agressiva e recrutamento na internet, que atualmente conta com mais de 10 mil sites [relacionados a terroristas] e centenas de milhares de contas em redes sociais. Estou falando sobre o uso em grande escala de vários meios de comunicação criptografada, transações bancárias eletrônicas e criptomoedas, esquemas de gerenciamento remoto e financiamento de atividades terroristas", disse o diretor do FSB, Aleksandr Bortnikov.
O agente acrescentou que, em 2017, a Rússia sofreu quatro ataques terroristas e mais 25 foram impedidos pelos serviços especiais do país.
"Todos estes foram coordenados por meio de mensageiros da Internet, em alguns casos, dos territórios da Síria e do Iraque", comentou. "Junto com isso, os terroristas estão constantemente ampliando sua presença na comunidade internacional de hackers e até mesmo organizam suas próprias unidades de hackers".
Não é a primeira vez que o chefe de segurança russo avisa sobre as possíveis conseqeências negativas do uso da moderna tecnologia de dados por terroristas e outros extremistas. Em meados de 2017, Bortnikov entregou um relatório fechado sobre o assunto ao Parlamento russo.
De acordo com vários deputados que ouviram o relatório, o chefe do FSB e os legisladores concordaram com a importância primordial de medidas conjuntas para defender a soberania nacional no ciberespaço. Em particular, eles querem que a Rússia desenvolva seu próprio software e chips e também forcem empresas internacionais que trabalham na Rússia a transferir seus servidores para seu território.
Em 2013, Bortnikov disse a repórteres que pessoalmente havia ordenado a preparação de leis que bloqueariam a rede de anonimato TOR no setor russo da internet. Ele disse que o FSB havia iniciado o movimento, já que as figuras anônimas da internet eram usadas por traficantes de armas, traficantes de drogas e fraudadores de cartões de crédito, dando ao FSB um interesse óbvio em limitar o uso de tal software. No entanto, nenhuma ação particular contra o TOR foi tomada na Rússia desde então.