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Cotado para a Defesa, consultor de Temer chamou de 'encenação' ataque à caravana de Lula

Cotado para assumir o Ministério da Defesa, o filósofo gaúcho Denis Rosenfield afirmou nesta semana que o ataque contra a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na semana passada, no interior do Paraná, não passou de "encenação".
Sputnik

Em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo na terça-feira, Rosenfield abordou o julgamento do habeas corpus de Lula pelo Supremo Tribunal Federal (STF), cuja decisão vai definir "se a lei e a Constituição valem para todos ou não".

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"Nenhum engano é aqui possível. Se passar o habeas corpus de Lula, livrando-o da prisão após a condenação definitiva em segunda instância, o próximo passo será a tentativa do petista de conseguir um artifício jurídico do mesmo tipo habilitando-o à candidatura presidencial", escreveu.

Rosenfield ganhou nesta quarta-feira a atribuição de fazer uma ponte entre o presidente Michel Temer (MDB) e as Forças Armadas. Ligado ao general Sérgio Etchegoyen, Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, o filósofo já é um consultor de Temer para vários assuntos e é tido como um possível nome para a Defesa, que vem sendo conduzida interinamente pelo general Joaquim Silva e Luna.

Crítico histórico do PT, Rosenfield ainda clamou, em seu artigo ao Estadão, que a sociedade reaja e "não caia na apatia".

"Esta pode ser o prelúdio da anomia, podendo abrir caminho para as mais diferentes violações da liberdade. De nada adiantam discursos empolados sobre a doutrina brasileira do habeas corpus enquanto doutrina da liberdade se sua conclusão for a mera liberdade para praticar atos criminosos, assegurando a seus agentes a impunidade. A liberdade não é o arbítrio do delinquir", continuou.

Além de criticar abertamente o Supremo, que trata-se de "um Poder que se desacredita cada vez mais perante a sociedade", Rosenfield apontou que "o condenado [Lula] segue em campanha eleitoral por todo o país" e que "reclamar agora de um episódio de violência mal explicada de tiros que não produziram nenhum efeito não deixa de ser vulgar encenação".

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"Quantos tiros o MST não deu pelo País afora com o total apoio de Lula e do PT? E os sequestros de trabalhadores e empreendedores rurais? E a destruição de propriedades? E a morte e mutilação de animais, com os tendões cortados? Quem semeia violência colhe os seus frutos", argumentou.

A expectativa é que Rosenfield possa ser o nome que permitirá a Temer não perder o controle e a interlocução junto às Forças Armadas – o filósofo também é amigo do general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército e que causou polêmica com mensagens no Twitter.

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