Segundo Gary Aitkenhead, chefe do centro de pesquisa militar da Grã-Bretanha em Porton Down, os especialistas não conseguiram identificar a fonte do agente nervoso, no entanto, as amostras obtidas foram identificadas como uma substância venenosa, parecida com a substância A-234 (também conhecida como "Novichok").
Ainda de acordo com ele, as informações científicas foram encaminhadas para o governo que "usou uma série de outras fontes para estipular as conclusões".
O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, por sua vez, disse que a teoria de Londres sobre o envolvimento de Moscou no envenenamento de Skripal não será comprovada de qualquer modo e que a Grã-Bretanha terá que se desculpar perante a Rússia.
"O ministro britânico das Relações Exteriores, que acusou o presidente russo, e o primeiro-ministro da Grã-Bretanha terão de dizer algo aos seus parceiros da UE e deverão, de algum modo, pedir desculpas à Rússia", disse.
Segundo Peskov, não vale a pena esperar por um rápido desenvolvimento da situação.
"Certamente é uma longa história e infelizmente essa trama foi longe demais, entendemos que isso não se encerrará de imediato", comentou.
Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o cientista político Vladimir Shapovalov expressou a opinião de que os europeus terão que restabelecer relações com a Rússia.
O ex-agente russo Sergei Skripal e sua filha Yulia foram encontrados inconscientes no dia 4 de março no centro de Salisbury. As autoridades britânicas afirmam que os dois foram envenenados com uma substância desenvolvida no âmbito do programa soviético "Novichok" e acusam o envolvimento de Moscou. Neste caso, tanto na União Soviética como na Rússia, não existiam armas químicas com esse nome, e as toxinas foram numeradas.
Em consequência do envenenamento de Skripal, o Reino Unido expulsou 23 diplomatas russos. A decisão foi apoiada por 16 países da UE, assim como pelos EUA, Canadá, Noruega, Austrália e Ucrânia. Ao mesmo tempo, a OTAN reduziu em um terço o número de funcionários da missão diplomática russa na aliança.
A Rússia respondeu à expulsão dos diplomatas com medidas recíprocas.