Segundo um artigo do jornal Nezavissimaya Gazeta, é mais que provável que o primeiro vice-presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros de Cuba torne-se o novo líder cubano. A pergunta é como se vai comportar o político de 57 anos que já se reuniu com Vladimir Putin e Kim Jong-un e acompanhou Raúl Castro durante sua reunião com Barack Obama em 2016.
O colunista recorda que o próprio Fidel Castro afirmava que a base russa era uma grande vantagem para as autoridades cubanas porque permitia obter dados secretos sobre os planos de Washington contra a ilha.
Por sua parte, o presidente da Academia de Problemas Geopolíticos da Rússia, coronel-general aposentado Leonid Ivashov, revelou que a base também era um elemento-chave do sistema de alerta rápido de ataques nucleares ou com mísseis por parte dos EUA.
"O fechamento deste centro afetou drasticamente a segurança do país", afirmou.
O centro de Lourdes desempenhou um papel crucial na intercepção de informações classificadas durante a Guerra Fria. Esta base avançada era capaz de interceptar dados dos satélites de telecomunicações norte-americanos, além dos dados secretos do centro de controle de voos da NASA. Em julho de 2014, após a visita de Vladimir Putin a Havana, várias mídias russas e estrangeiras informaram que Cuba e a Rússia teriam acordado reativar a base, mas Putin descartou essas informações.
No entanto, embora ainda não se saiba se haverá mudanças no destino do centro russo em Cuba, "um lugar sagrado nunca está vazio [provérbio russo]", opinou o autor do artigo, acrescentando que Havana já firmou um acordo com Pequim para a construção de um centro de intercepção radioeletrônica.