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'Lula até o fim': Especialistas sugerem qual será a estratégia do PT após decisão do STF

Com a decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal de negar o pedido de Habeas Corpus preventivo para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o futuro eleitoral do país tornou-se incerto. Esta avaliação é de cientistas políticos ouvidos pela Sputnik diante da possibilidade de Lula não poder disputar o pleito presidencial de 2018.
Sputnik

Dos 11 ministros que participaram da sessão plenária da quarta-feira, 4 de abril, 5 votaram a favor das pretensões de Lula e 6 foram contrários. O voto decisivo, em razão do empate em 5 a 5, coube à presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. Ela já vinha sinalizando que votaria contra as pretensões de Lula de aguardar em liberdade o julgamento de seus recursos junto aos Tribunais Superiores em face de sua condenação, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, a 12 anos e um mês de reclusão.

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Para o cientista político e professor da Universidade Federal de Ouro Preto, Antonio Marcelo Jackson, a decisão do STF, além de tornar mais complexo o quadro sucessório, pode ter gerado um efeito ainda mais adverso:

"A decisão do Supremo Tribunal Federal de negar o habeas corpus preventivo para Lula pode gerar um efeito negativo, que é o de transformar Lula em mártir. Se não foram apresentadas provas cabais para os crimes pelos quais Lula foi condenado, como a propriedade um apartamento no Guarujá que nunca lhe pertenceu nem a qualquer membro de sua família, o que se pretende é impedir que Lula participe de uma disputa política-eleitoral. E aqui se cai numa outra questão: a quem beneficiaria este impedimento do candidato, que possui o maior índice, disparado, intenção de votos de disputar a eleição? Estas mesmas pesquisas não mostram crescimento ou intenções de votos significativas para nenhum outro concorrente. Tudo isso leva a que, inevitavelmente, Lula venha a ser visto como mártir por seus correligionários, adeptos e seguidores", avalia Jackson.

Na opinião do professor, o Partido dos Trabalhadores deverá insistir na candidatura de Lula à Presidência da República, registrá-la no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aguardar o posicionamento da Corte:

"Se eu fosse dirigente do Partido dos Trabalhadores, manteria a candidatura de Lula até o fim e, enquanto o TSE não se manifestasse em contrário, eu sustentaria o Lula como candidato natural do PT (…). Se Lula não pode ser candidato, quem vai concorrer pelo Partido dos Trabalhadores será esta determinada pessoa que terá apoio integral de Lula e do PT", sugeriu.

E as eleições?

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Diretor do Instituto Brasilis, Alberto Carlos Almeida especializado em consultoria política, o quadro sucessório presidencial ganhou mais complexidade:

“O Brasil vive hoje uma situação conflagrada. Às vésperas do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal que negou o Habeas Corpus para Lula, nós vimos dois dias de intensas manifestações em todo país, tanto favoráveis quanto contrárias ao ex-presidente Lula. A situação política do Brasil é conflituosa e muito grave".

O fato de os concorrentes de Lula estarem bem afastados do ex-presidente em todas as pesquisas de intenção de votos até aqui divulgadas aumenta a incógnita sobre o quadro sucessório:

"Tudo isso gera nos seguidores e adeptos de Lula um sentimento de injustiça. Esse é o cerne do quadro político atual: Lula prestes a ser preso, líder nas pesquisas de intenção de votos para a Presidência da República, Lula não tem adversários na corrida eleitoral – pelo menos concorrente que se aproxime dos seus índices – e ainda assim, estará fora do pleito e, provavelmente, privado de liberdade”

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Embora considere o quadro político atual muito complexo, Almeida arrisca um prognóstico para um possível segundo turno da eleição presidencial. Para o cientista político, os dois candidatos que chegarão à disputa final serão o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, do PSDB, e o nome indicado pelo Partido dos Trabalhadores pára substituir Lula, esteja o ex-presidente livre ou solto.  

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