Universidade sul-coreana é boicotada por possível criação de robôs assassinos

Dúzias de especialistas em inteligência artificial por todo o mundo apelaram para boicotar o Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia (KAIST, sigla em inglês) por causa do seu novo centro de pesquisa que está colaborando com uma das maiores produtoras de armas sul-coreanas.
Sputnik

Cientistas internacionais se mostraram preocupados com a possibilidade de o maior laboratório da maior universidade sul-coreana estar colaborando com a principal companhia da área de defesa Hanwha Systems para "acelerar a corrida armamentista" com desenvolvimento de armas autônomas.

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Mais de 50 especialistas em inteligência artificial de 29 países assinaram abaixo-assinado com intuito de boicotar o KAIST por temerem que as atividades do Centro de Pesquisa para Convergência da Defesa Nacional e Inteligência Artificial correspondam à criação de "robôs assassinos". Os pesquisadores anunciaram que por algum tempo se recusam a colaborar com a universidade e até mesmo receber visitantes do KAIST.

"Declaramos publicamente que vamos boicotar todas as colaborações com qualquer parte do KAIST até que o presidente da universidade garanta o que solicitamos, mas que até então não foi recebido por nós, que o Centro não vai desenvolver armas autônomas sem controle humano", diz-se na carta.

A carta precede a reunião das Nações Unidas em Genebra, que será realizada na semana que vem, sobre armas autônomas. Vale destacar que mais de 24 países se opuseram à criação de robôs assassinos. O uso de inteligência artificial na esfera militar provocou receios de que armas autônomas possam não ser capazes de distinguir amigo de inimigo.

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No entanto, os funcionários da universidade insistem que o estudo visa apenas melhorar sistemas de defesa existentes.

"Como instituição acadêmica, valorizamos os direitos humanos e padrões éticos ao mais alto nível", disse o presidente do KAIST, Sung-Chul shin, em uma declaração, lamentando por saber que estão boicotando sua instituição. "Reitero que o KAIST não vai conduzir nenhuma atividade científica que possa vir a desafiar a dignidade humana, incluindo armas autônomas sem controle humano."

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