Mapas obsoletos põem em risco capacidades da Marinha sueca

Hoje em dia, a Marinha da Suécia está lidando com um problema sério, alerta a mídia local. Especialistas da Marinha vêm culpando os mapas de baixa qualidade que dificultam drasticamente a navegação e reduzem as capacidades de busca submarina do país.
Sputnik

A medição precária do leito marinho representa problemas adicionais para as Forças Navais do país, o que complica especialmente a busca de minas navais ou submarinos inimigos, informou a revista militar Officertidningen.

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Atualmente, apenas cerca de 60% do leito marinho da Suécia foi mapeado usando métodos modernos, introduzidos nos anos 90. Além disso, muitos dos mapas são de qualidade baixa e precisam ser elaborados novamente. Uma grande parte dos gráficos remonta à era antes de 1945 de medição manual e, portanto, são de precisão duvidosa e nem sempre refletem a situação atual.

A maior parte dos mapas elaborados por métodos modernos foi criada para rotas usadas pelo transporte comercial civil. Além disso, os mapas de vastas partes de águas territoriais da Suécia são de baixa qualidade ou permanecem completamente desconhecidas. A situação foi estimada como particularmente ruim para encostas e águas subterrâneas com passagens e entradas estreitas.

A falta de informações sobre o leito marinho aumenta o risco de aterramento, limita as capacidades de manobra da Marinha e dificulta as habilidades de busca dos submarinos.

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Gunnar Moller, funcionário do centro de dados de guerra marítima de Berga, enfatizou a importância de ter acesso a mapas com gráficos confiáveis.

"O mapeamento do leito marinho é incrivelmente importante tanto para o combate submerso quanto para a guerra naval comum. Caso lidemos com um adversário que tenha melhores mapas subaquáticos, ele terá vantagem imediata", explicou Moller. 

"Conhecer o leito marinho aumenta as opções. Podemos, assim, navegar em áreas rasas onde de outra forma nunca teríamos aventurado a passar", acrescentou.

Jimmie Adamsson, representante da Terceira Flotilha Marítima, argumentou que a situação em alguns casos até pode ser comparada com a busca de algo sem mapa qualquer.

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"Quanto mais você conhece sua área, mais fácil é procurar algo nela", afirmou Adamsson à rede Swedish Radio.

O levantamento topográfico marítimo na Suécia é realizado pela Administração Marítima por meio do financiamento específico. No ano passado, as Forças Armadas alocaram 8 milhões de coroas suecas (R$ 3,2 milhões)  para o mapeamento do leito marinho, uma vez que neste ano para o mesmo fim foi destinado 9 milhões (R$ 3,6 milhões). As medições, que são realizadas em áreas prioritárias, demoram bastante e exigem um grande esforço.

"Em média, podemos medir cinco quilômetros quadrados por dia do fundo marítimo, dependendo da profundidade e da geografia", assinalou Mikael Levin, representante da Administração Marítima da Suécia, frisando que os custos diários podem chegar a 40 mil coroas suecas (R$ 16 mil).

As águas territoriais da Suécia contam com 70 mil quilômetros quadrados.

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