Ativistas do Iêmen apresentam queixa contra príncipe saudita por crimes de guerra

Uma associação iemenita de direitos humanos apresentou uma queixa junto a uma corte de Paris contra o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman bin Abdulaziz Al Saud, por supostos crimes cometidos na guerra do Iêmen.
Sputnik

De acordo com a ação defendida pelo advogado francês Joseph Breham, que representa a organização, Salman, que está na França desde domingo, seria cúmplice de atos de tortura cometidos no Iêmen durante o conflito com rebeldes houthis, que são alvo de uma violenta campanha militar internacional liderada por Riad há mais de três anos. Além disso, segundo documentos consultados pelo France Info, o herdeiro do trono e ex-ministro da Defesa saudita é acusado de visar conscientemente populações civis iemenitas em ataques a campos de deslocados internos, mercados, edifícios residenciais e hospitais.

"Com Mohammad bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita."

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A denúncia contra os sauditas apresentada em Paris também faz referência, ainda de acordo com o France Info, ao uso de munições cluster — categoria de armas proibidas por uma convenção internacional aprovada por 108 Estados, da qual a Arábia Saudita não é membro —, a "desaparecimentos forçados" e prisões secretas que seriam mantidas pelos Emirados Árabes.

Desde o início das ações da coalizão árabe no Iêmen, a Arábia Saudita já utilizou mais de 150 mil militares e mais de 100 aeronaves na luta contra os rebeldes do país vizinho, onde a intervenção já deixou milhares de vítimas.

A visita do príncipe Salman à França, parte de seu tour internacional para divulgar as reformas liberais que o governo saudita vem realizando, tem sido fonte de forte dor de cabeça para o presidente francês, Emmanuel Macron, que está sendo pressionado por diversos grupos para suspender as exportações de armas para Riad. De acordo com uma pesquisa recente realizada pelo YouGov, cerca de 75% dos franceses apoiam a ideia de interromper imediatamente o envio de armamentos para a Arábia Saudita, contra 70% dos britânicos e 52% dos norte-americanos. 

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