Por que Pentágono não atacou posições russas na Síria apesar do desejo de Trump?

Donald Trump insistia em lançar um ataque inclusive às instalações russas e sírias na Síria, mas o chefe do Pentágono, James Mattis, expressou-se contra tal decisão, escreve o jornal norte-americano The Wall Street Journal, citando fontes.
Sputnik

Segundo o jornal, Mattis apresentou na Casa Branca três opções de ataque: atacar instalações sírias ligadas a armas químicas; atacar um leque de alvos mais amplo, incluindo instalações de pesquisa relacionadas a armas químicas; e atacar centros militares de comando.

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A terceira opção previa também ataque contra sistemas de defesa antiaérea russos na Síria. Este plano foi elaborado para "minar o potencial militar do regime sírio" sem afetar "mecanismos políticos de Bashar Assad", diz o artigo do jornal.

De acordo com a edição, Trump insistia em atacar posições russas e iranianas na Síria para destruir equipamento militar sírio. No entanto, Mattis se expressou contra e Trump acabou optando por um "plano híbrido".

Comentando a notícia do The Wall Street Journal, o analista político Yevgeny Ben opinou no ar do serviço russo da Rádio Sputnik que Trump e Pentágono calcularam o ataque minuciosamente.

"O ataque foi realizado na madrugada de sexta-feira para sábado: sexta-feira é um dia santo para os muçulmanos, o sábado é sabá para israelenses. […] Trump temia reação muito negativa no mundo ao que iria acontecer", afirmou.

Ben sublinhou que Washington não quer uma nova guerra mundial, mas persegue outro objetivo.

"A tarefa principal [de Trump] não é começar uma terceira guerra mundial de grande escala. Trump e establishment norte-americano querem provocar uma confrontação global no Oriente Médio para de uma maneira ou outra 'empurrar' a Rússia de lá", disse.

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Para alcançar um "caos controlado" na região, Washington aposta em um conflito entre Irã e Israel, tentando também causar uma disputa entre Moscou e Ancara, que ao contrário da Rússia, apoiou o recente ataque contra a Síria, afirma Ben.

Por outro lado, ressalta ele, os EUA não esperavam uma onda de crítica do ataque, pois a maioria dos países árabes não apoiou a medida. Mesmo Israel "com que contava Trump", continua neutro, conclui analista.

Na madrugada de sábado passado (14), os EUA, França e Reino Unido lançaram mais de 100 mísseis contra o território sírio, a maioria dos quais foram interceptados pelos sistemas sírios de defesa antiaérea. Três pessoas ficaram feridas.

Washington argumentou suas ações como resposta ao ataque químico realizado supostamente pelo governo sírio na cidade de Douma. Damasco, por sua vez, nega todas as acusações.

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