"O Qatar tem que pagar pela presença das tropas norte-americanas na Síria e deve enviar suas tropas à Síria antes de o presidente dos EUA se recusar a fornecer proteção ao Qatar pela base norte-americana no território qatarense", a assessoria de imprensa da Arábia Saudita cita o ministro das Relações Exteriores do país.
O chefe do Centro de Estudos Militares libanês, general-brigadeiro Hisham Jaber, disse em entrevista à Sputnik Árabe: "Primeiramente, é necessário entender que os EUA não pretendem lutar verdadeiramente contra o Daesh [organização terrorista proibida na Rússia]. Hoje em dia, vemos no leste da Síria terroristas coexistindo pacificamente com militares estadunidenses. Quanto ao envio de forças militares de países do golfo Pérsico, que duvido por uma série de razões, isso seria feito somente para poupar dinheiro norte-americano em guerras. Mesmo que na Síria desembarquem de repente tropas, digamos, da Arábia Saudita, de qualquer maneira Washington não retiraria por completo suas tropas. Certo número de norte-americanos permaneceria, dependendo da quantidade de soldados sauditas, mas é o reino que vai pagar por todos."
Uma das razões pelas quais o envio do contingente saudita é pouco provável é a disputa entre a Arábia Saudita e o Qatar sobre que quantias serão pagas por eles e a quem as tropas responderão, sendo isso muito importante levando em consideração o conflito atual entre os países. De acordo com o general libanês Hisham Jaber, o compromisso pode se tornar financiamento conjunto das despesas das forças norte-americanas.
Ele contou à Sputnik Árabe que "atualmente os representantes do governo norte-americano realizam uma política de duplos padrões em relação ao Qatar na crise síria". Ali al-Mashaani acrescentou que, por um lado, os EUA agradecem muito o país, por outro, apelam sempre para não apoiar o terrorismo. E para sair desta situação difícil, Doha deve pôr em prática os planos dos EUA na região.