Paraguai pode se tornar o primeiro país sul-americano a levar embaixada para Jerusalém

O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, quer mover a embaixada do seu país em Israel de Tel Aviv para Jerusalém antes do final desta legislatura e está aguardando um "sinal" do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para prosseguir com a mudança de local, segundo o jornal paraguaio ABC.
Sputnik

Durante a celebração do 70º aniversário da criação do Estado de Israel, que teve lugar na última quinta-feira no Banco Central do Paraguai, Cartes disse que a mudança da embaixada responde a um "compromisso político" e um desejo pessoal.

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O presidente paraguaio também destacou o bom tratamento que, segundo ele, tinha dado a Israel e Paraguai, em particular a Netanyahu, e salientou que só espera "um sinal" do governo israelense para ordenar a transferência.

Cartes não mencionou uma data específica, mas insistiu em sua intenção de fazer a mudança antes do final de seu mandato. Este movimento é o prelúdio do reconhecimento oficial de Jerusalém como capital do Estado de Israel por Assunção.

Uma medida controversa

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou em dezembro sua polêmica decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e iniciar o processo de transferência da embaixada dos EUA para aquela cidade.

O anúncio da Casa Branca significava o cumprimento de uma promessa de campanha de Trump, interrompendo o trabalho diplomático e décadas de política externa dos EUA na disputada cidade. Desde então, outros países, como Guatemala, Romênia, Honduras e República Tcheca anunciaram medidas semelhantes.

As consequências foram quase imediatos: o movimento palestino Hamas chegou a chamar uma Terceira Intifada, ou levante popular, enquanto Hasan Nasrallah, líder do grupo político e militar Hezbollah, que opera a partir do Líbano, onde milhares de refugiados palestinos vivem, juntou ao pedido em um ato multitudinário nas ruas de Beirute.

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Houve também dezenas de manifestações em vários países ao redor do mundo repudiando a posição de Trump e expressões de rejeição de outros líderes, como o turco Recep Tayyip Erdogan, que descreveu a decisão dos EUA como "nula e inválida". Por outro lado, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, classificou o passo dado por Washington de "presente ao movimento sionista".

Em Jerusalém Ocidental está o governo de Israel, mas os palestinos veem Jerusalém Oriental como a capital de um futuro Estado palestino. Por essa razão, todos os presidentes dos EUA e outros países, localizaram suas embaixadas desde a fundação de Israel em 1948 em Tel Aviv.

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