'Velho guerreiro' se rejuvenesce: por que se deve recear Su-25 russo modernizado

O Ministério da Defesa da Rússia lançou um concurso para modernizar os bombardeiros de ataque Su-25. As mudanças introduzidas na nova versão (Su-25SM3) eliminaram todas as brechas tecnológicas que separavam o Su-25 das aeronaves mais modernas, opina o analista da Sputnik Andrei Kots.
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Os Su-25, apelidados de 'gralhas', receberão equipamentos equivalentes aos utilizados pelos caças e bombardeiros mais modernos, conservando ao mesmo tempo a sua segurança e robustez, afirma Kots no seu artigo.

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A modernização dos Su-25 começou em 2015. As primeiras aeronaves renovadas já participaram de operações de combate na Síria, confirmando as melhorias introduzidas.

Em primeiro lugar, a modernização fez com que estes veículos passassem a corresponder às exigências colocadas aos aviões de combate modernos, apesar de suas quatro décadas de história.

"Os caças modernizados permaneceram com sua fuselagem blindada, que muitas vezes salvou a vida de pilotos mesmo em situações que pareciam becos sem saída. Mas, quanto ao interior, são máquinas completamente diferentes", comentou o analista militar russo Viktor Murakhovsky, citado por Kots.

As mudanças talvez mais significativas são a introdução de um novo sistema de apontamento e a possibilidade de usar armas "inteligentes".

Olho omnividente

O novo sistema de designação e aquisição de alvos SOLT-25 (ótico-laser-infravermelho) é capaz de detectar e seguir alvos terrestres, marítimos e aéreos independentemente das condições climáticas e da hora do dia.

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Este é um avanço considerável, já que os primeiros Su-25 eram quase "cegos" durante as missões noturnas, lembra Murakhovsky.

Um equipamento de aquisição de alvos mais sofisticado permite ao avião usar não apenas as armas "habituais" dos aviões de ataque ao solo, como as bombas aéreas de queda livre e projéteis não guiados, mas também munições modernas como os mísseis antirradar e as bombas dirigidas.

Novo nível de precisão

O Su-25SM3 recebeu o famoso sistema SVP-24-25, anteriormente testado nos bombardeiros Su-24 e desenhado para lançar bombas aéreas convencionais com uma precisão muito maior.

"Este aparelho analisa uma variedade de fatores simultaneamente, como a velocidade do avião, coordenadas geográficas, altitude do voo, a distância até o alvo, condições climáticas, visibilidade, e calcula independentemente onde e quando o piloto deve carregar no botão. Como resultado, a precisão de ataques com bombas triplica", explica Andrei Kots.

Além disso, as novas aeronaves foram equipadas com módulos Glonass para navegação por satélite, indispensáveis ao usar armas de alta precisão, e com um sistema autônomo de navegação inercial para realizar missões de combate sem depender dos sinais de satélites.

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Para resistir a mísseis antiaéreos, os Su-25 SM3 possuem um sistema de guerra radioeletrônica Vitebsk-25, capaz de desviar os projéteis iminentes de sua trajetória.

Os novos equipamentos de comunicação digitais, por sua vez, oferecem uma melhor conexão:

"Vale destacar que não foram apenas os equipamentos do avião que mudaram — os próprios procedimentos operacionais também estão sendo alterados. O Su-25SM3 está plenamente integrado nos sistemas de comando da Força Aeroespacial dos agrupamentos de tropas. A integração da aeronave na rede unificada aumenta significativamente a troca de informações entre o 'céu' e a 'terra' e reduz várias vezes o tempo que medeia entre a deteção de um alvo e a sua eliminação", ressaltou Murakhovsky.

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Testados pelo tempo

O "colega" do Su-25 russo, o avião de ataque norte-americano A-10 Thunderbolt II, desenvolvido na mesma época, permanece em serviço até hoje apesar de todas as críticas que tem recebido.

Enquanto muitos especialistas consideram que os aviões de ataque subsônicos já perderam sua eficiência e estão obsoletos, os Su-25 e A-10 são uma das ferramentas mais eficazes e econômicas na hora de prestar apoio aéreo e atacar alvos terrestres.

No caso do Su-25, vendido em massa na época soviética, a transformação nos modernos SM3 poderá ser uma oferta muito atraente para as forças aéreas de mais de 20 países que já possuem o avião e um "presente valioso para a defesa russa", conclui o autor.

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