EUA sairão do acordo iraniano para continuar política de mudar regimes, diz ex-diplomata

O dia 12 de maio é a data limite até à qual o presidente norte-americano, Donald Trump, tem que prorrogar ou anular o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA na sigla em inglês), mais conhecido como acordo nuclear iraniano.
Sputnik

A maioria dos analistas acredita que o presidente vai abandonar o documento. Em 7 de maio Donald Trump anunciou que iria divulgar a sua decisão na terça-feira (8).

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A ex-coronel do exército norte-americano e oficial do Departamento de Estado, Ann Wright, que se demitiu do Departamento de Estado um dia antes de os EUA invadirem no Iraque em 2003 para protestar contra a campanha, falou com a Sputnik Internacional sobre a recusa de Trump de ter em conta evidências importantes.

"Este acordo abrangente com os seis países tem sido rejeitado totalmente pelo presidente Trump, tal como o rejeitou quando era candidato", disse. "É muito preocupante que nenhum dos seus assessores, daquelas pessoas que durante muito tempo fizeram parte do governo, o tenha conseguido convencer da importância de preservar este acordo", assinalou.

Os chefes de Estado dos outros países signatários do JCPOA, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel, visitaram os EUA nas últimas semanas para pressionar Trump a permanecer no acordo, já que têm importantes interesses comerciais na República Islâmica. Caso Trump abandone o documento, a Alemanha, França e qualquer outro país que queira fazer negócios com Teerã poderão enfrentar sanções por parte do Departamento do Tesouro dos EUA.

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Alguns analistas creem que, se os EUA descartarem o acordo nuclear, tal pode vir a agravar a desconfiança da Coreia do Norte em meio às históricas negociações nucleares entre os dois países. Wright acha que a política dos EUA em relação ao Irã e Coreia do Norte, bem como a outros países como o Iraque, Líbia e Síria tem sido de "mudança de regime".

A especialista concluiu: "Não acho que haja muita coisa que o governo do Irã possa fazer para se libertar" da política de mudança de regime, "em particular com o governo revolucionário que está lá".

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