Relator da Operação Lava Jato no Supremo, Fachin enviou para primeira instância um inquérito aberto contra Bezerra em 2015, no qual o senador é investigado por suposto recebimento de ao menos R$ 41,5 milhões das empreiteiras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa.
As empresas foram contratadas pela Petrobras para a execução de obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) na mesma época em que Bezerra era secretário em Pernambuco (entre 2010 e 2011). Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que pediu o envio do caso para Moro, há fortes indícios que os pagamentos de propina ocorreram, tanto como doações oficiais quanto por intermédio do chamado caixa 2 (doações não contabilizadas).
Diante do novo entendimento do STF quanto ao foro privilegiado, Fachin acatou o pedido e enviou a apuração para Curitiba, onde estão sendo investigados todos os casos diretamente ligados à Petrobras. Por não ter relação com o atual mandato de senador de Bezerra, ele não pode ser beneficiado pelo foro privilegiado.
Ao G1, a defesa de Bezerra informou que "os fatos narrados no inquérito não guardam qualquer relação que leve à Justiça Federal do Paraná e os precedentes da 2ª Turma são exatamente contrários à decisão" e que há "a certeza de que prevalecerá a rejeição da denúncia, qualquer que seja o grau de jurisdição competente".