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Vereador e miliciano queriam morte de Marielle, diz delator

Uma testemunha que está sob proteção por conta de ameaças de grupos milicianos afirmou às autoridades que o vereador Marcello Siciliano (PHS) e Orlando Oliveira de Araújo - ex-PM preso acusado de chefiar uma milícia - tinham interesse na execução de Marielle Franco. Ainda de acordo com o delator, Araújo deu a ordem para o assassinato da vereadora.
Sputnik

A informação foi publicada pelo jornal O Globo nesta terça-feira (8). A publicação afirma ter tido acesso a três depoimentos da testemunha — que trabalhou como segurança de Araújo e passou a colaborar com as investigações em troca de proteção. 

Câmera que monitorava local do assassinato de Marielle foi desligada na véspera do crime
O delator diz que Marielle incomodava por "peitar" os interessar da milícia. Ele conta que testemunhou uma reunião entre Araújo e Siciliano em junho de 2017 em uma churrascaria em que o vereador afirmou:

"Tem que ver a situação da Marielle. A mulher está me atrapalhando". Segundo o relato, Sicialiano também afirmou "precisamos resolver isso logo". Depois, bateu forte com a mão na mesa e gritou "Marielle, piranha do [Marcelo] Freixo".

Poucos meses depois da reunião, Araújo, que já era foragido da polícia, foi preso por envolvimento com grupos milicianos. O delator afirma que Araújo e Siliciano trabalham de maneira conjunta e que o faturamento mensal da organização criminosa seria de R$ 215 mil.

Mesmo preso, Araújo ordenou a execução de Marielle de dentro do presídio Bangu 9. Por sua ordem, foi clonado o carro utilizado no assassinato e um homem conhecido como "Thiago Macaco" monitorou os hábitos da vereadora para conhecer sua rotina. 

O delator também afirma que dois assassinatos recentes foram queima de arquivo relacionados à execução da vereadora do PSOL: Carlos Alexandre Pereira Maria e Anderson Caludio da Silva.

Força contra força não basta: é hora de fazer trabalho de Inteligência no Rio?
Antes de ser vereadora pelo PSOL, Marielle foi assessora do deputado estadual Marcelo Freixo durante a CPI das milícias, em 2008. A investigação levantou nomes, maneira de atuação e os braços políticos e econômicos dos grupos paramilitares no Rio de Janeiro

Ela foi executada junto com Anderson Gomes em 14 de março. 

Procurado pelo jornal O Globo, o vereador Marcello Siciliano disse que não conhece Araújo e que a reportagem é "totalmente mentirosa".

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