De acordo com Domingos Manuel Martins Mealha, jornalista português licenciado pela Faculdade de Jornalismo da Universidade Estatal de Moscou Lomonosov, estes relatos, entre outros casos com jornalistas na Ucrânia, "refletem o que se conhece sobre a atual situação naquele país e a forma como são cometidos e permitidos atentados às elementares liberdades democráticas".
Segundo Domingos, tais atos não contribuem para a resolução de problemas, mas pelo contrário criam "novas dificuldades objetivas e subjetivas a qualquer solução de democracia, desenvolvimento e justiça".
O caso de Vyshinsky, em opinião do entrevistado, "vem descredibilizar ainda mais aqueles que insistem em mostrar como democrático o regime hoje instalado na Ucrânia".
"Ao conhecer esta notícia, o mínimo que se pode exigir é a imediata libertação de Vyshinsky e a restauração de condições para que naquele país todos os jornalistas possam trabalhar em liberdade, sujeitos apenas às regras da deontologia profissional e avaliados por uma opinião pública informada e consciente", frisa o jornalista.
Em 15 de maio, efetivos do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, na sigla em ucraniano) invadiram o escritório onde trabalham os correspondentes da RIA Novosti em Kiev, tendo realizado buscas que duraram cerca de oito horas. No mesmo dia se tornou público que em Kiev foi detido o chefe do portal RIA Novosti Ucrânia, Kirill Vyshinsky.
Hoje (17), foi comunicado que o Tribunal de Kherson, na Ucrânia, decretou a prisão por 60 dias para o jornalista.