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Fenaj: 'Ucrânia não pode usar intimidação à imprensa como moeda política'

© Sputnik / Vladimir Trefilov / Acessar o banco de imagensChefe da RIA Novosti na Ucrânia, Kirill Vyshinsky, em conferência de 2015.
Chefe da RIA Novosti na Ucrânia, Kirill Vyshinsky, em conferência de 2015. - Sputnik Brasil
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Em entrevista à Sputnik Brasil, a presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas, Maria José Braga, condenou a prisão do jornalista russo Kirill Vyshinsky, apontando que se trata de um atentado à liberdade de imprensa.

"Como presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas, nos somamos à Federação Internacional dos Jornalistas e à União dos Jornalistas da Rússia para exigir a imediata libertação do jornalista Kirill Vyshinsky", diz Maria José Braga.

Na terça-feira (15), o jornalista russo Kirill Vyshinsky, chefe da agência de notícias RIA Novosti na Ucrânia, foi preso em Kiev. A sede da empresa de mídia também foi invadida por forças de segurança locais.

Para Maria José Braga, o direito à informação precisa ser respeitado, e isso passa diretamente pelo direito de trabalho dos jornalistas.

"É inadmissível que em democracias jornalistas sejam detidos ou mesmo presos por estarem exercendo seu trabalho de produzir e difundir informação de interesse público. O jornalista estava no exercício da sua profissão trabalhando para uma agência de notícias", afirmou a presidenta.

Segundo o Serviço de Segurança da capital ucraniana a operação que prendeu Kirill foi realizada envolvendo "estruturas midiáticas controladas pela Federação da Rússia", no que seria uma tentativa de barrar o trabalho da imprensa russa em solo ucraniano.

Membros das forças de segurança da Ucrânia - Sputnik Brasil
Jornalista da agência de notícias RIA Novosti Ucrânia é detido em Kiev
"Um jornalista no exercício do seu trabalho não pode ser privado da sua liberdade, qualquer que seja a intenção do governo que o está detendo", ressalta a presidenta da FENAJ.

A porta-voz do serviço de segurança, Elena Giltlyanskaya, afirmou que a RIA supostamente faria parte de uma "guerra de informação híbrida contra a Ucrânia", o que justificou a operação.

Para o Ministério das Relações Exteriores russo, as ações são "inaceitáveis" e sua representação enviou uma nota de protesto à Chancelaria da Ucrânia exigindo o cessar das violações contra a mídia no país.

Maria José Braga, afirma que os jornalistas organizados no mundo inteiro vêem essa situação com muita preocupação.

"O trabalho do jornalista é respeitado inclusive em situações de guerra. Isso faz parte de todos os tratados internacionais e isso não mudou com a mudança na geopolítica internacional atual. […] A Ucrânia não pode usar a intimidação ao trabalho de imprensa como uma moeda política para se contrapor à Rússia", conclui a presidenta da FENAJ.

Segundo ela, as entidades representativas dos jornalistas em cada país e no mundo denunciarão a prisão do jornalista russo como uma "prática lesiva à liberdade de imprensa e de informação e ao direito de informação de cada cidadão do mundo".

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