Duterte 'entrará em guerra' se China cruzar 'linhas vermelhas', diz secretário filipino

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, está pronto para entrar em guerra com a China se o gigante asiático cruzar "linhas vermelhas" e reivindicar unilateralmente recursos naturais no disputado mar do Sul da China, advertiu o secretário de Relações Exteriores filipino.
Sputnik

As Filipinas entrarão em guerra para proteger seus direitos no mar do Sul da China, observou o secretário de Relações Exteriores das Filipinas, Alan Peter Cayetano, contradizendo parcialmente a política do presidente Rodrigo Duterte de evitar qualquer confronto com seu vizinho.

"Se alguém se apoderar dos recursos naturais no mar das Filipinas Ocidental [região nordeste do mar do Sul da China], ele [Duterte] irá para a guerra", declarou Cayetano na segunda-feira (28).

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"Ele [Duterte] disse 'Bahala na' (que significa ‘aconteça o que acontecer'), [mas] ele irá para a guerra", repetiu Cayetano, destacando as "linhas vermelhas" em meio a uma disputa territorial latente com Pequim, que continua a ignorar a decisão arbitral internacional de 2016 sobre "não haver nenhuma base jurídica" para China reivindicar direitos históricos no mar do Sul da China.

As linhas vermelhas de Manila aglomeram qualquer construção chinesa no Scarborough Shoal (área em disputa entre China, Taiwan e Filipinas) ou qualquer esforço para remover um degradado navio de guerra filipino — o BRP Sierra Madre. "Outra linha vermelha é que ninguém se apoderará de recursos naturais lá por conta própria", acrescentou Cayetano.

"Nossos soldados não devem ser importunados quando entregarem suprimentos ou quando repararem as pistas" na ilha Thitu — o maior dos territórios administrados das Filipinas na região disputada, acrescentou. No ano passado, a ilha se tornou cenário de um impasse entre navios chineses e filipinos, quando uma frota chinesa impediu que um departamento filipino de pesca e recursos aquáticos se aproximasse da área.

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Ao mesmo tempo, o chefe da diplomacia desafiou todos os críticos do governo "politicamente fraco" a fornecer um único exemplo de quando as Filipinas perderam até mesmo uma polegada de seu território para a China. "Se perdermos uma única ilha durante o mandato de Duterte, farei minhas malas e vou embora", afirmou Cayetano.

Depois de se tornar presidente há quase dois anos, Duterte tem se esforçado em busca de se aproximar e cooperar com a China. Em várias ocasiões, ele explicou abertamente que um conflito militar com o gigante asiático seria suicídio para as Filipinas.

"Se entrarmos em uma completa guerra, o que aconteceria com as Filipinas? Por que eu daria a vida de meus soldados e policiais em uma batalha que não posso vencer?", o presidente filipino contestou no início deste mês.

Em vez de um confronto, Duterte defende uma exploração conjunta dos recursos naturais com os chineses. "A China e as Filipinas devem continuar a tratar adequadamente a questão do mar do Sul da China e a explorar a cooperação na exploração conjunta e desenvolvimento em um momento apropriado, tornando este mar cooperativo e amistoso", afirmou o Ministério das Relações Exteriores da China no mês passado, após a reunião do presidente das Filipinas com seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Pequim.

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