Ultimamente, os EUA têm acusado a China de militarização das águas disputadas. Os comentários de Mattis vieram depois de a China ter expressado uma "firme oposição" à navegação de dois navios de guerra norte-americanos perto de quatro ilhas artificiais reclamadas por Pequim.
Em meio ao recente enfrentamento das duas potências, o Departamento de Defesa dos EUA retirou um convite feito à China para participar dos exercícios navais RIMPAC (Rim of the Pacific Exercise) como "resposta inicial" à "contínua militarização chinesa do mar do Sul da China".
James Fanell, ex-diretor de inteligência da Sexta Frota dos Estados Unidos, apresentou ao Congresso um relatório assegurando que a China está desenvolvendo uma Marinha duas vezes maior que a norte-americana e poderá substituir os EUA como principal potência marítima mundial.
Segundo o relatório de James Fanell, a Marinha da China já supera a dos Estados Unidos em alguns aspetos, tendo 330 navios e 66 submarinos deslocados, enquanto os Estados Unidos têm 211 navios e 72 submarinos.
"A Marinha chinesa está em um processo de rápido desenvolvimento e expansão de suas capacidades, o que logicamente está provocando preocupações nos Estados Unidos", explicou à BBC Mundo Lyle Goldstein, professor do Instituto de Estudos Marítimos da China do Colégio Naval dos EUA. Além disso, Pequim está desenvolvendo atualmente seu próprio porta-aviões.
Segundo Bryan McGrath, investigador do Centro de Poder Naval dos Estados Unidos no Instituto Hudson, a Marinha chinesa costumava registrar um atraso, por isso seu recente avanço pode parecer mais importante do que realmente é.
"O problema é que este domínio que agora a Marinha dos Estados Unidos tem implica uma série de despesas que me parece não terem o apoio necessário. O que estou vendo em um período de 15 anos é que deixaremos de ser a força naval mais poderosa do mundo", ressaltou McGrath.
Além disso, de acordo com uma investigação australiana, até 2030 a China substituirá os EUA como o jogador mais poderoso na região da Ásia e do Pacífico.
O índice interativo Asia Power do Instituto Lowy, com sede em Sydney, classifica 25 países da região em oito categorias, com base em suas alianças e capacidades militares, recursos econômicos, influência diplomática e cultural, comércio, resiliência e tendências futuras.
"Os Estados Unidos continuam sendo os melhores, mas a China está os alcançando rapidamente", afirmou Michael Fullilove, um dos autores do estudo australiano.
A menos que haja uma mudança drástica, em 10 ou 15 anos Pequim poderá encabeçar o índice, acredita o analista.