"As ações dos EUA certamente impulsionarão a UE a fortalecer as relações comerciais com outros países, como a China. A Rússia, sendo um vizinho próximo, também poderia se beneficiar", afirmou à RT, acrescentando que "é improvável que a curto prazo isso leve a UE a suspender as sanções contra a Rússia".
De acordo com o especialista, "um dos maiores resultados políticos das ações dos EUA provavelmente é que será mais difícil conseguir que a UE, que basicamente concorda com muitas das queixas dos EUA contra a China, se unam a eles em suas ações comerciais contra a China".
Fey concordou com a declaração de Trump de que os EUA não tiveram tão grandes acordos comerciais historicamente quanto poderiam, mas ele discorda fortemente da abordagem do presidente. "Como Trump pretende renegociar e reequilibrar esses acordos, acabará sendo às custas dos parceiros comerciais em algum grau", ressaltou.
A implementação de tarifas não é o caminho a percorrer, disse Fey. "Na minha opinião, e a visão da maioria dos economistas e professores de negócios, normalmente ninguém vence em uma guerra comercial".
Fey ressaltou a ironia de que foram os EUA que, historicamente, impulsionaram o mundo para o livre comércio, e agora está fazendo uma mudança substancial para se opor a ele.
"Recentes ações dos EUA na implementação de novas tarifas sobre as importações de aço e alumínio de seus aliados mais próximos, como a UE e o Canadá, não parecem ser o caminho para os aliados", disse Fey.
O analista explicou que é perigoso quando um país introduz tarifas para proteger indústrias estrategicamente importantes, enquanto outros países reagirão da mesma forma, e então os EUA não devem reclamar.
"É um jogo perigoso, com um declive escorregadio", acrescentou o professor.
De acordo com Fey, a UE teve uma resposta rápida e unificada às ações comerciais dos EUA, impondo suas próprias contra-tarifas a produtos norte-americanos selecionados. O grupo sabiamente escolheu os produtos para colocar as tarifas, disse ele, enquanto "os principais estados nos EUA dependem das exportações".
"O verdadeiro teste para a UE, no entanto, virá quando as negociações com os EUA avançarem, já que diferentes países da UE dependem da exportação de produtos de diferentes indústrias", concluiu.