Um documento assinado por ambos os líderes e divulgado após a cúpula de 12 de junho em Cingapura foi notável, segundo os observadores, pelo que não disse e pela decepcionante falta de detalhes e concessões da Coreia do Norte.
Embora ambos os lados tenham se comprometido a "construir um regime de paz duradouro e estável na península coreana", há pouco de concreto no texto. Não há prazos ou termos definidos.
Muitos sugeriram que a cúpula cumpriu muito pouco em termos de resultados reais.
"Se Hillary Clinton fosse presidente dos Estados Unidos e tivesse chegado ao acordo de ontem, Donald Trump a teria atacado justamente por uma desnuclearização 'falsa'", afirmou o especialista político coreano Yoichi Funabashi, ex-editor do jornal Asahi Shimbun, de acordo com a revista The Economist.
"A palavra 'desnuclearização' [como usada no texto do documento oficial da cúpula] é tão elusiva que não significa nada", destacou Funabashi.
Kim em certo momento durante a cúpula observou a Trump que a pompa em torno do evento poderia servir como o enredo de "uma fantasia", de acardo com o jornal The Guardian.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que cerca de 120.000 cidadãos norte-coreanos estão detidos em campos de trabalho forçados e um sem número de crianças têm alimentação deficitária.
Apesar das várias sanções da ONU contra Pyongyang, a Casa Branca deixou no ar a possibilidade de Kim participar da Assembléia Geral da ONU em Nova York neste ano.
Mas para aliados dos EUA, como o Japão, talvez o mais preocupante seja a retirada dos ativos militares de Washington da região asiática.
O presidente estadunidense surpreendeu quando classificou os exercícios militares que costuma realizar com a Coreia do Sul na região como "provocativos", um termo que costuma ser usado pela própria Coreia do Norte e pela China.